Falo com...
Por Marino Boeira


Falo com Mao Tsé-Tung, político e fundador da República Popular da China (1893/ 1976).
Considerado um dos maiores revolucionários do século XX, como o senhor vê as muitas guerras em que o mundo se envolveu durante a sua vida?
"Somos a favor da abolição da guerra, não queremos a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra. Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar o fuzil."
Qual a relação da política com a guerra?
"A política é uma guerra sem derramamento de sangue, e a guerra uma política com derramamento de sangue."
Qual sua receita para ser um revolucionário?
"Absorva o que é útil, descarte o que não é, acrescente o que for exclusivamente seu. Seja resoluto, não tenha medo de sacrifícios e derrube todas as dificuldades para a vitória."
De onde vem esse conhecimento?
"Todo o conhecimento genuíno tem origem na experiência direta."
Qual a primeira etapa de uma revolução?
"Sem destruição, não pode haver construção; sem bloqueio não pode haver fluxo; sem parada não pode haver movimento. Não há caminhos retos no mundo."
Quem são nossos amigos nessa luta?
"Quem são os nossos inimigos? Quem são os nossos amigos? Essa é uma pergunta importantíssima para a revolução. Devemos apoiar tudo que o inimigo combate, e combater tudo o que o inimigo apoia."
O que é preciso para fazer uma revolução?
"Para fazermos a revolução necessitamos dum partido revolucionário. Sem um partido revolucionário, sem um partido fundado na teoria revolucionária marxista-leninista, é impossível dirigir a classe operária e as grandes massas do povo à vitória sobre o imperialismo e os seus lacaios."
De onde nasce a força da revolução?
"O poder político nasce do cano do fuzil."
Mas e a força do inimigo?
"A bomba atômica é um tigre de papel que os reacionários americanos usam para assustar as pessoas."
Como é essa revolução que o senhor prega?
"A revolução não é o convite para um jantar, a composição de uma obra literária, a pintura de um quadro ou a confecção de um bordado, ela não pode ser assim tão refinada, calma e delicada, tão branda, tão afável e cortês, comedida e generosa. A revolução é uma insurreição, é um ato de violência pelo qual uma classe derruba a outra."
Finalmente, como é o comunismo que o anima na sua revolução?
"Comunismo não é amor, comunismo é um martelo com o qual se golpeia o inimigo
Mesmo quando tudo parecia perdido, o senhor sempre foi otimista quanto ao futuro. Por quê?
"É sempre mais escuro antes do amanhecer."