Gratidão na exaustão na prática

Por Anelise Zanoni

16/07/2021 15:48 / Atualizado em 16/07/2021 15:47
Gratidão na exaustão na prática

Estou exausta, mas estou grata. É assim que me sinto a cerca de cinco meses para encerrar o ano de 2021. 

São tantos altos e baixos dessa pandemia que, às vezes, nem sei para qual direção estou indo. E tenho certeza de que muita gente está vivendo altos e baixos. Afinal, estamos cansados!

Já tive momentos de muita esperança, com transformações significativas na minha carreira, sucesso em diferentes áreas e viagens incríveis. Mas o saldo geral só me leva a crer que também estou cansada dessa brincadeira.

Neste período de quase dois anos de restrições em diferentes áreas da vida, acompanhei amigos sendo desligados do emprego, outros, entrando em depressão e perdendo pais, mães e irmãos. Cada indivíduo lidando com seus dramas e dores num período talvez inédito. 

Nos últimos meses aperfeiçoei meu talento de equilibrista. Acordo na madrugada para fazer mamadeira, faço reuniões on-line na primeira hora da manhã e ainda de pantufa no pé. Remarco viagens, vou ao mercado e ainda penso nas estratégias da empresa e tento chegar às 7h na academia para ter um tempo pra mim (mesmo que este tempo represente acordar mais cedo). Diante disso tudo, um tumor maligno apareceu lá em casa, no meu marido.

Aí o jogo virou. E a pandemia pareceu pequena diante da correria para cancelar compromissos, agendar exames, chorar escondido e responder os clientes que não receberam o trabalho prometido. Uma vida sem saúde é uma vida sem sentido e é no meio dessa confusão que a gente percebe que viver é para os guerreiros.

E o que faço agora? Agradeço. Pode parecer discurso de auto-ajuda, mas funciona! Comecei a praticar o agradecimento (confesso que não gosto da palavra gratidão porque ficou  na "moda") desde que vi um documentário que contava um pouco sobre a vida de um monge que era considerado o homem mais feliz do mundo. 

De acordo com o documentário "Em Busca do Bem-Estar", disponível na Netflix, a gente precisa agradecer, sim. E sempre! Porque sempre há chance de a vida ser pior. Então, se a gente agradece, reconhece que consegue lidar com aquilo que nos foi entregue. E tudo fica mais leve.

Mesmo no meio desse caos da pandemia, do trabalho atrasado e da doença que apareceu, agradeci. Afinal, a doença foi resolvida com uma cirurgia, os trabalhos foram entregues mesmo atrasados, as viagens estão sendo remarcadas e eu sigo aqui. Viva, cansada, mas grata por ter saúde, trabalho e amor.

E vocês, como estão vivendo neste período?