In forma (18/06)

Por Marino Boeira

A FALTA QUE ELES NOS FAZEM

Houve um tempo que nós gaúchos, para o bem ou para o mal, éramos citados como referências na política nacional. Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola, Flores da Cunha e Pinheiro Machado, deixaram seus nomes na história brasileira, não apenas por seus atos, mas também por suas palavras.

Flores da Cunha explicando com ironia a razão da sua falta de recursos financeiros na velhice: "Cavalos lentos e mulheres ligeiras".

Pinheiro Machado instruindo o condutor da sua carruagem quando estava sendo ameaçado por uma multidão: "Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo"

Leonel Brizola sobre a divisão dos bens na sociedade

"A propriedade é uma coisa tão boa que queremos para todos"

E finalmente as últimas linhas da carta testamento de Vargas: "E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."

Lembrei dessas figuras todas e suas frases históricas pela pobreza atual dos nossos políticos, inclusive, ou principalmente os gaúchos.

Ainda bem que o presidente atual, o Lula, e o anterior, o Bolsonaro, pelo menos não são gaúchos e quando falam envergonham a todos os brasileiros e não apenas a nós gaúchos.

Nisso Lula se supera: essa semana ameaçou chamar o Trump às falas se ele insistir em não comparecer como já anunciou a tal COP 30 em Belém do Pará.

A única coisa que poderia redimir sua imagem - romper as relações diplomáticas e econômicas com o governo sionista, racista e colonialista de Israel - ele não tem coragem de fazer.

Autor
Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), foi jornalista nos veículos Última Hora, Revista Manchete, Jornal do Comércio e TV Piratini. Como publicitário, atuou nas agências Standard, Marca, Módulo, MPM e Símbolo. Acumula ainda experiência como professor universitário na área de Comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos). É autor dos livros 'Raul', 'Crime na Madrugada', 'De Quatro', 'Tudo que Você NÃO Deve Fazer para Ganhar Dinheiro na Propaganda', 'Tudo Começou em 1964', 'Brizola e Eu' e 'Aconteceu em...', que traz crônicas de viagens, publicadas originalmente em Coletiva.net. E-mail para contato: [email protected]

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