Inteligência Natural

Por Flavio Paiva

Com o acelerado lançamento de produtos desenvolvidos e suportados por AI (inteligência artificial), está bombando (como na verdade há décadas, mas atualmente está ainda mais em evidência) a questão de qual o limite para a inteligência artificial? Ela vai mesmo superar a inteligência humana? Enfim, essas questões, que são questões de fundo como se chama.

Na realidade, ontem ainda vendo um vídeo no YouTube, fiquei vendo e ouvindo a interpretação do cantor e refletindo se chegaríamos nesse patamar. E sinceramente, acho que não. E mais do que isso, na realidade, eu me sentiria estranho caso isso acontecesse. Pode ser uma questão geracional, já que tenho 56 anos? Pode.

Mas o que acredito é que existe uma dimensão humana que não pode ser ocupada pela AI. A condição humana em si, a de que somos humanos e de que, portanto, necessitamos de outros seres humanos. Do contato e interação e das percepções e, no caso, sentimentos.

A evolução da AI é claramente impressionante e ela sem dúvida alguma é um poderosíssimo aliado do ser humano. Isso é indiscutível e sou um grande entusiasta da adoção dela nas mais variadas formas. 

Mas se relacionarmos isso a questões como o burnout, o quiet quiting, a busca por semanas de trabalho de quatro dias, a necessidade (especialmente depois da pandemia) de os seres humanos buscarem contato com a natureza e terem momentos de desintoxicação tecnológica, como desligar o sinal de celulares à noite ou mesmo em determinados turnos indica uma clara necessidade de reconexão com as dimensões mais humanas e naturais. E em função disso, entendo claramente que há um limite de crescimento da AI na vida, por mais que ela se desenvolva.

Qual é esse limite? Não faço ideia. Só mesmo o futuro e a evolução da inteligência artificial dirão, associados às demandas do ser humano. Então, aguardemos.

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