Mais uma semana de folga para a dupla Gre-Nal no Brasileirão sempre leva à expectativa dos torcedores e da imprensa de que "vão voltar melhores". A realidade dos times, no entanto, tem retornado pior ainda depois das pausas. A qualidade só cai, assim como as posições na classificação e a esperança de que vamos ter maiores conquistas em breve.Não somos mais grandes no futebol. Nos tornamos coadjuvantes e tendo nossas forças reduzidas a cada campeonato, a cada temporada. Nos anos de 1970, a construção de ambos para virar gigantes teve a aposta nas categorias de base, a continuidade de elencos e os técnicos como principais motivos. Agora, parece que não achamos soluções para alcançar um patamar mínimo de grandeza.
O Inter foi o grande time daquela década, mantendo ídolos como Figueroa, Claudiomiro e Valdomiro durante um tempão na equipe. Aliado a isso, Falcão, Carpegiani, Caçapava, Jair, Cláudio Duarte e tantos outros jovens vieram de descobertas em peneiras e no campo suplementar do Beira-Rio porque foram garimpados pelo professor Abílio dos Reis. A história foi feita. Além de significar o topo para os colorados, gerou uma perseguição tricolor aos mesmos objetivos.
Não deu outra. Nos anos 1980 e 1990 o Grêmio brilhou nos cenários nacional e internacional, com a mesma fórmula: jovens que surgiram aqui junto a bons jogadores que marcaram época no então Olímpico. O Inter correu atrás para ser gigantes na década de 2000, ambos chegaram a ser bem relevantes entre 2010 e 2019, depois disso a fonte secou.Hoje em dia as equipes sub-17 e sub-20 geram muito pouco. O mercado não enxerga mais na dupla Gre-Nal um bom reservatório de craques. Com SAFs e o domínio de Palmeiras e Flamengo em todas as categorias vemos diminuídas as chances de que nossas equipes sejam produtoras de talentos. Se tornou pontual, não habitual, que apareça alguém realmente muito bom.
A captação de atletas igual a Jardel, Paulo Nunes, Adilson, Rivarola e Arce, desconhecidos antes de brilharem com Felipão no tricolor, também decai em qualidade. Os clubes viram depósitos de quem não vale a pena estar aqui, muitas vezes nem joga, acumulando salários enormes.
O jeito é aguardar que as novas gestões possam trazer algo novo e que algum modelo de investimento semelhante à SAF possa nos salvar. Até lá, seremos coadjuvantes, torcendo para não sermos menores ainda.