O desleixo, descuido e sujeira da Praça Garibaldi

Por Márcia Martins

Quem me acompanha aqui no portal com frequência ou ainda que esporadicamente, sabe que divido a guarda do cachorro vira-lata Quincas Fernando, de sete anos, com a minha filha Gabriela e sua esposa Laura. Em função deste acerto, já que o cão habita duas casas, o cusco estava longe dos meus cuidados. Sem o Quincas Fernando, fiquei um tempo sem andar na Praça Garibaldi, situada a poucos metros do meu apartamento e onde costumo levar o cão nas manhãs para seu passeio matinal. Com o seu retorno, voltei à Praça Garibaldi e me espantei com o descaso da Prefeitura com aquele local.

Na manhã desta quarta-feira, 19 de fevereiro, me deparei com a grama alta, seca e mal cuidada, as lixeiras atulhadas indicando a falta de rotina, sujeira espalhada em todos os cantos, roupas pelo chão, colchões e até eletrodomésticos, provavelmente estragados, e galhos de árvores caídos impedindo a passagem com segurança. Um caos na Praça Garibaldi, localizada no entorno das ruas Lobo da Costa e José do Patrocínio e das avenidas Venâncio Aires e Erico Verissimo.

A Praça Garibaldi, na divisa dos bairros Cidade Baixa e Menino Deus, é um exemplo de como a Administração Municipal não cuida de espaços valiosos na cidade. Ali impera o desleixo, o descuido e a sujeira. E não adianta reclamar nos canais competentes que a nossa reivindicação não é considerada, nossa voz é emudecida e o cidadão e a cidadã, pagadores de impostos, fica sem resposta nenhuma. Já abri mais de um protocolo no 156 e eles são encerrados como se alguma solução tivesse sido tomada. Parece que é para desistir e não apontar os defeitos e pedir resolução.

Mas a gente insiste. Persiste. Não cansa de reclamar. A limpeza não tem uma rotina e o cenário da imundície está alojado na praça. A segurança é falha e raras vezes se vê no entorno alguém da Guarda Municipal. Pela falta de uma política pública que priorize assistência aos sem teto, a Praça serve de dormitório e de banheiro público. E o pequeno cachorródromo que tem no lugar apresenta a porta de entrada danificada há muito tempo (mais de dois anos), as grades tortas e a grama sem corte regular.

Sempre que levo o Quincas Fernando Martins na Praça Garibaldi vou munida de sacolas para recolher as necessidades que o cão faz, sacos vazios para juntar as porcarias de outros cachorros que alguns tutores sem noção deixam no local e garrafas de água. Em muitas ocasiões, preciso andar umas três quadras após a praça a fim de encontrar uma lixeira que possa receber mais entulhos. Mas, devo confessar, todo o meu cuidado (e de outros frequentadores) esbarra na total ineficiência e falta de vontade da Prefeitura em manter a praça habitável e frequentável minimamente.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve passagens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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