Pegada de maratonista

Por Grazi Araujo

29/05/2019 16:12 / Atualizado em 29/05/2019 16:10

Se eu pudesse dar um conselho para quem trabalha ou quer trabalhar com jornalismo, seria: seja ágil. Em pensamento, em resposta e em atitudes. Hoje em dia quem pisca mais devagar, é atropelado ou deixado de lado. Os melhores elogios são da prontidão, de não deixar alguém no vácuo, de demonstrar que está tão engajado como quem te pediu alguma informação.

As consequências destas reações são inúmeras, obviamente. Tem aqueles dias que dá vontade de deixar o telefone com as notificações todas silenciadas, vamos ser sinceros. Bendito WhatsApp que não nos deixa parar. O comprometimento com a informação não permite tal atitude, para eventuais descontentamentos até dos amigos e familiares mais próximos. Quem não ficaria? É difícil explicar que quando estamos de cabeça baixa, com os olhos fixos naquela tela entre as mãos, estamos trabalhando. Êta correria bem boa. A gente gosta dessa adrenalina.

Por outro lado, estar sempre ligado permite que possamos criar vínculos, relações sinceras e confiáveis, boas notícias e percepções. O que não é esclarecido pode ser mal entendido e daí a bagunça tá feita. É mais fácil deixar as coisas organizadas do que arrumar quando tudo está revirado (não pensem que esse pensamento é levado para outras situações do dia a dia, meu roupeiro que não me leia). O tema aqui é trabalho, exclusivamente.

Tem que ter tino, pegada, olhar clínico. Noção de tempo e de espaço. O ótimo é inimigo do bom, a cocriação é a palavra do século, o compartilhamento está na moda. Não precisamos ser tão perfeitos, precisamos ser úteis. Não sabe? Diz que não sabe, mas que vai tentar descobrir. E descobre, né?! Trabalhe de verdade, com verdades e seja verdadeiro. Não perca tempo, pois a notícia tem tempo.