Me lembro como se fosse ontem, eu, uma guria no Sul de Santa Catarina, no meio da década de 1990, pensando em fazer Comunicação, lendo tudo e mais um pouco que pudesse passar na frente sobre a área e sempre tinha uma constante nas matérias e afins sobre profissionais criativos: eram gaúchos, baianos ou paulistas. Como eu estava logo ali é claro que o mais lógico e fácil era acompanhar o que acontecia em Porto Alegre. Cada visita à cidade me enchia os olhos e rendia muitos suspiros por ver uma cidade pulsante de cultura e criatividade.

Por mais que eu tenha feito a primeira faculdade (meio a contragosto) em Florianópolis, arrumei as malas no dia seguinte e continuava de olho no mercado do Rio Grande do Sul para me mudar de vez e fazer minha vida profissional aqui. Quando cheguei, lá em 2003, a Capital ainda carregava um tanto daquela energia que eu, guria, via. Fui me embrenhando por aí, por ali, por aqui e fui conhecendo parte dos profissionais que, algumas vezes, nem eu sabia que tinham me inspirado tanto. 

Mas o tempo foi passando e o lado criativo de Porto Alegre foi se escondendo, foi perdendo o brilho, o viço. Algumas pessoas incríveis foram fazendo as malas e voando para outros pagos. O lado cultural, como bem faz o pessoal da arte, foi resistindo. Tenho muitos amigos que só não foram embora por não terem como mesmo. Até eu pensei em fazer isso. Mas ainda bem que fiquei. Nem parece que essa ideia passou na minha cabeça há menos de um ano. 

Que bom que não fui. Porque, além de ter recebido algumas oportunidades especiais do Universo, pude me associar com profissionais incríveis no Gengibre, e conhecer melhor iniciativas ligadas à economia criativa como o POA Inquieta e o RS Criativo. Sobre o POA Inquieta, já falei por aqui uma vez e é sobre o RS Criativo que quero falar um pouco mais agora.

Fiquei sabendo dele em função de conhecer a Ana Fagundes, diretora de Artes e Economia Criativa da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul. Pelo que soube, é um projeto que estava tentando sair do papel há um tempo, mas que eu não tinha ouvido falar ainda. Entre as suas ações estão capacitações gratuitas para empreendedores criativos, um hub que funciona na Casa de Cultura Mario Quintana - com área de coworking, salas de reuniões e treinamento e um projeto de residência criativa para empreendedores deste mercado com direito a consultoria de negócios e afins.

Parece pouco até porque atinge um número pequeno de empresas, mas ainda sou daquele time que acha melhor ter algum movimento do que não ter nada. E, vamos combinar, que no nosso mercado, só de ter alguns cursos (de graça) que te ajuda a pensar o teu negócio com outros olhares, só a troca, vale a pena. Se alguém tiver mais interesse, os cursos e workshops de setembro já estão com inscrições abertas. Dá uma olhadinha! Vai ter até finanças pro povo das humanas! Aqui está o link para saberem mais sobre a iniciativa: cultura.rs.gov.br/capacitacoes-e-cursos. #ficaadica