Precisa tanto balanço e rankings?

Por Flávio Paiva

Como já fiz uma coluna há semanas atrás, imaginei um balanço do ano, fazendo avaliações e projetando novos cenários para 2020. Claro, em função do ano que está terminando, da época de festas e de todas as características típicas deste período.

Mas dada a avalanche de rankings, balanços (não me refiro unicamente aos balanços financeiros, estes podem ser mais úteis), reflexões de "gurus", projeções de todo o tipo (com e sem maior responsabilidade), me pus a pensar. Avalanche, tsunami, chame e enxergue como quiser. Então fiquei refletindo qual a real utilidade de tantos, mas tantos, mas tantos elementos como estes na prática ou mesmo no caráter subjetivo das pessoas.

Na prática, entendo que não há utilidade de tão segmentados e até fragmentados rankings, feitos a partir de ângulos e aspectos até então inimagináveis. Só servem para gerar certo ruído para as pessoas, que são cobertas por eles, chegando através de todas as mídias, a todo momento, gerando quase uma estafa mental justamente por estas quererem conhecer e até avaliar se tal ranking, balanço, reflexão de gurus, projeções, realmente têm validade, se servem para alguma coisa concreta.

Já no aspecto subjetivo das pessoas, pode gerar o que referi no parágrafo anterior: uma certa estafa mental, talvez ansiedade em estar atualizado em todos estes rankings, enxergando todos os cenários possíveis, pontos de vista, projeções(algumas chegam a ser mais um exercício de futurologia do que projeções). Na boa? É demais.

Bem, e a pergunta que você me fará é como então reduzir todos estes elementos, concentrando nos essenciais, mas não deixando de visualizar novos cenários, as inovações efetivas, em resumo não perdendo nada de importante? A resposta é sempre a mesma: com bom senso, inteligência, informação relevante e reflexão.

Por mais que a tecnologia evolua rapidamente, que unicórnios se formem em maior volume, que novas tendências vão tomando conta de países que sequer haviam ouvido falar nelas há poucos anos, por mais globalizado que o mundo esteja, nunca seremos envolvidos pela avalanche que referi antes se mantivermos a atenção ao que realmente importa.

Claro, estou falando de uma maneira simples, mas a implementação nem sempre é tão simples assim. Mas essencialmente é necessário manter olhos e ouvidos atentos, mas não sobrecarregados.

Já foi dito e repetido e eu vou também repetir que a meditação é um elemento poderoso para mantermos o foco, a atenção e - muito importante - a calma. Portanto, invista na meditação. Podem ser poucos minutos por dia, mas feita de forma correta, com dedicação àquele momento.

Porém, quando falo calma ao longo desta coluna não estou referindo desatenção ou ficar comendo mosca enquanto as coisas acontecem. Não. Necessário saber equilibrar as coisas, o que se consegue com reflexão + informação. E treinamento. As coisas são aprendidas pelo ser humano. Dedique-se a aprender a fazer isto.

Comentários