Um salve às mulheres deste Brasil

Por Cris De Luca

Não tem como começar esta semana sem ser exaltando as mulheres deste Brasil. Falo especialmente das nossas jogadoras da seleção feminina de futebol que encerraram a participação na Copa do Mundo com plena dedicação até o apito final do jogo contra as francesas. Quando começou o jogo eu estava dentro do ônibus chegando em Santa Catarina e acompanhar pelo Twitter o primeiro gol, que acabou anulado, da França foi de doer o coração.

Foi um jogo nervoso como há tempos eu não acompanhava. A gente queria (eu pelo menos) entrar em campo para dar um gás a mais. E olha que tive que ficar escutando na sala de casa que elas precisavam tirar o salto alto não deixava correr atrás da bola. E fiquei pensando em uns jogadores da seleção masculina que o que mais fazem é entrar em campo achando que o jogo já está ganho e a cada bafo na nuca, estão no chão.

Passei o jogo todo retrucando porque não acreditava que alguém pudesse achar que essas mulheres não deram o seu melhor, que não estavam com sangue nos olhos, que não fizeram o possível e o impossível com o que tinham. Não buscaram desculpas, não justificaram derrota, não reclamaram da falta de apoio. Marta ao final da partida na entrevista se preocupou em falar com quem pode ser o futuro da seleção feminina de futebol, falo com todas as mulheres e meninas que querem se dedicar ao esporte assim como elas. Foi de transbordar os olhos.

Uma mulher (rainha!) que já foi considerada seis vezes a melhor do mundo, jogar sem patrocínio nas chuteiras porque quiseram oferecer um valor menor do que oferecem para outros atletas. E, no seu papel de embaixadora da ONU, na chuteira só as bandeiras com as cores azul e rosa, em referência à luta pela equidade de gênero. No jogo em que ela conquistou o título de maior artilheira em Copas do Mundo, com 17 gols, falou-se mais do batom que ela estava usando do que sobre o feito.  E ontem, com aquele batom vermelho maravilhoso combinando o brilho nos olhos, foi a mesma coisa. E aí tu faz um paralelo que quase toda profissional sai de casa para trabalhar de batom, porque seria diferente para uma jogadora de futebol.

O que a gente sabe e que ficou nítido é que o futebol feminino neste País precisa de investimentos, de suporte para cada vez mais poder jogar de igual para igual com qualquer outra seleção. Qualquer profissional merece as mínimas condições para se desenvolver, poder representar o seu País dignamente. Não é colocando qualquer treinador para comandar o time. É necessário ter mulheres que façam esse papel, que consigam motivar uma equipe.

Nossas mulheres já fizeram história. Esse domingo encerrou com um misto de tristeza e orgulho desses seres incríveis que têm muita consciência do papel de espelho e exemplo para tantas outras mulheres e meninas deste nosso Brasil. Grata Marta, Formiga, Cristiane, Ludmila, Barbara, Tamires, Andressa, Debinha, Thaísa, Andressinha, Beatriz, Mônica, Poliana, Aline, Letícia Izidoro, Raquel, Camila, Tayla, Geyse, Letícia Santos, Luana e Kathellen por nos mostrarem que sempre vale a pena correr atrás dos sonhos e que cair e perder faz parte do processo de evolução. Que vocês tenham mais sorrisos e lágrimas de felicidade pelo caminho! <3

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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