Cinco perguntas para Pedro Kummel

Head de Design da Queen Mob, Pedro Kummel representou a agência ? única empresa brasileira convidada para o evento ? durante o Apple TV Tech Talks, em Nova York.

Pedro Kummel, head de Design da Queen Mob | Divulgação
1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?
Sou Pedro Kümmel, nascido em Porto Alegre. Sou head de Design da agência Queen Mob, designer gráfico e motion designer nas horas vagas. Cristão, casado com Daiana e metido a fotógrafo.
2 - Como se deu a escolha da profissão?
Desde pequeno sempre me liguei muito em tecnologia, filmes, fotografia, animação, e tudo que envolve comunicação. Lembro-me de ficar imaginando interfaces, animações, desenhos de produtos, quase todos os dias. O Design é uma área multidisciplinar para onde essas diversas áreas convergem. Quase fui para a Publicidade, mas Design pareceu a escolha correta, e acho que acertei.
3 - Como é trabalhar como head de Design na Queen Mob?
O trabalho na Queen Mob é ótimo, pois tenho a oportunidade de exercitar essas diversas disciplinas em nossos projetos. Em nosso processo de trabalho, todos se envolvem em todas as etapas, tanto a equipe de Design como a equipe de Tecnologia. A minha atuação é maior nas etapas de planejamento e, principalmente, na etapa de desenho de telas e animações. E como trabalhamos com diversas plataformas, tanto iOS, como Android e Windows Phone, o trabalho nunca fica monótono. Lembrando que o foco é sempre a experiência final do usuário.
4 - O que representa a participação no Apple TV Tech Talks na sua vida profissional?
Ter a oportunidade de estar em um evento em Nova York, da maior empresa de tecnologia da atualidade, é uma experiência única e profissionalmente revigorante. E sermos escolhidos para esse evento mostra que estamos no caminho certo.
5 - Quais são os maiores desafios para os profissionais da área?
O maior desafio é conciliar em uma tela tão pequena as diversas possibilidades de experiências que podem ser criadas. Os smartphones e sistemas iOS e Android possibilitaram e ainda possibilitam mudanças tão profundas em mercados e na sociedade, e trazer isso para um aparelho tão poderoso e, ao mesmo tempo, com uma tela tão pequena, é um desafio que envolve bastante tempo e dedicação. Quando um designer trabalha em uma peça gráfica, ela é impressa e o trabalho acabou. Em uma interface digital, esse "desenho" ganha vida e é utilizado pelos usuários, e devem entrar diversas novas considerações com os aspectos funcionais, de usabilidade, além das limitações técnicas e padrões do sistema para o qual o trabalho está sendo feito. Você não está trabalhando simplesmente em um layout, mas sim em um produto.
Parafraseando Steven Johnson na sua obra "A Cultura da Interface", de 1997: "Como deveríamos compreender a relevância cultural do design de interface no mundo de hoje? Em termos simples, a importância do design de interface gira em torno deste aparente paradoxo: vivemos numa sociedade cada vez mais moldada por eventos que se produzem no ciberespaço e, apesar disso, o ciberespaço continua, para todos os propósitos, invisível, fora de nossa apreensão perceptiva. Nosso único acesso a esse universo paralelo de zeros e uns se dá através do conduto da interface do computador, o que significa que a região mais dinâmica e mais inovadora do mundo contemporâneo só se revela para nós através dos intermediários anônimos do design de interface".
Falando nos aspectos práticos, um dos grandes desafios é o entendimento da parte tecnológica e a relação com os programadores e desenvolvedores. Nem sempre alguma tela ou efeito proposto é tecnologicamente viável, por isso, quanto mais conhecimento o designer tiver dos aspectos tecnológicos, mais fácil fica o processo e a relação com os desenvolvedores.

Comentários