Jornalista da Rádio Grenal sofre crime de racismo durante atração

César Fabris foi xingado por perfil falso no Twitter

César Fabris é alvo de racismo durante apresentação de atração - Reprodução / Rádio Grenal

O final da noite desta segunda-feira, 3, reservou um espaço triste para o jornalismo esportivo gaúcho. Durante apresentação do programa 'Grenal Futebol Clube', veiculado pela Rádio Grenal, o repórter César Fabris foi alvo de crime de racismo por meio de publicação de um perfil falso no Twitter da emissora.

Como de costume, antes de o programa iniciar foi publicada no perfil da rádio na rede social uma foto na qual aparecem os jornalistas responsáveis pela atração - Carlos Lacerda, Fabris, Lucas Arruda e Pedro Espinosa. Com isso, um perfil fake, nomeado @maior_rs, dirigiu palavras de cunho racista a Fabris. Como já estavam no ar, o comentarista relatou ter tomado conhecimento da publicação pelo colega Lucas, que é produtor do programa. "Ele ficou sem jeito e falou que o comentário era um pouco pesado", comentou o repórter em entrevista ao Coletiva.net.

Conscientes do fato, terminado o programa os apresentadores decidiram seguir adiante com a denúncia. "A medida foi totalmente nossa, dos integrantes do programa. Entramos em contato com um advogado e já estamos nos reunindo para fazer a ocorrência e tudo que for preciso para darmos seguimento ao processo. Não vamos aliviar", avisou. Ele apontou, também, que, dentre os colegas da profissão, Diogo Rossi foi o único que lhe enviou uma mensagem de apoio.

O fato coincide com um evento do qual Fabris participará nesta terça-feira, 4, em Caxias do Sul, onde gravará um documentário sobre racismo para uma faculdade de Cinema. "A entrevista está marcada há um mês. Trata-se de uma infeliz coincidência, mas há, ainda, quem diga que esse tipo de crime não existe mais", lamentou. Sobre o processo, ele também comentou que o grupo tem como objetivo não apenas a retratação sobre o fato, mas desejam uma indenização compensatória, que, se aprovada, será destinada a instituições de caridade.

A equipe de Coletiva.net entrou em contato com a Rede Pampa de Comunicação, que se manifestou oficialmente: "A empresa prima pelo respeito às pessoas e não tolera discursos de ódio ou de qualquer natureza discriminatória".

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