Dentre os cerca de 400 jornalistas credenciados para cobrir o 46º Festival de Cinema de Gramado, alguns são do exterior. É o caso de Miguel Ángel Dobrich, da emissora uruguaia Rádio Del Sol FM, e do peruano José Romero Carrillo, que escreve para o blog La vida útil. A jornalista, também do Uruguai, Mariángel Solomita Chiarelli completa o time, no entanto, ela, além de ser da imprensa, participa do evento como jurada de longas estrangeiros.    

Esta é a segunda vez que Mariángel participa do festival, sendo a primeira integrante do júri. Mesmo assim, pretende conseguir algumas entrevistas para o jornal El País, para o qual trabalha. Ela, que integra o conselho de diretores da Associação de Críticos de Cinema do Uruguai, disse em entrevista exclusiva ao Coletiva.net que a particularidade deste festival é a informalidade e o intercâmbio entre todas as pessoas que participam, sejam atores, diretores, público em geral e imprensa. "Não há uma separação entre os personagens. Aqui, se permite essa relação humana, a criação de laços entre as pessoas."

A coprodução também foi destacada pela jurada, que acredita que esta é uma ótima forma de intercâmbio cultural e de talentos. Para ela, é um modelo de negócios que parecia muito distante e, agora, tornou-se realidade. "Isso proporciona um desenvolvimento das produções e, pela primeira vez, estamos viajando pela América Latina, sem precisar ir para a Europa ou para os Estados Unidos. É outro passo dado na área cultural", salientou. Sobre esta edição, Mariángel disse que o nível está aumentando, com filmes mais sólidos, ao mencionar que acredita que isso é fruto dessas coproduções.

Miguel, por sua vez, participa consecutivamente da cobertura do festival há mais de cinco anos. Em conversa com o portal, disse que o Festival de Gramado tem muitas virtudes, como a cidade em si e a possibilidade de conhecer atores, diretores e produtores locais, regionais e internacionais durante os nove dias do evento. "A assessoria do festival facilita muito o trabalho da imprensa, organizando entrevistas de todos os níveis, desde profissionais consagrados aos mais novos talentos", comentou.

O jornalista peruano, que também vem pela segunda vez ao festival, destacou à nossa equipe que o evento oferece o que há de mais recente e seleto do cinema brasileiro. Ele também mencionou o intercâmbio entre as pessoas, dizendo que, aqui, "as vias não estão fechadas". Ainda, lamentou que as produções brasileiras não sejam exibidas em seu país, com exceção das que concorrem ao Oscar. "Tem uma barreira que a imprensa ajuda a criar. Então, para saber as novidades do cinema brasileiro, é preciso vir a Gramado", falou José.

Com o apoio do Banrisul e Canal Bah!, a equipe de Coletiva.net realiza a cobertura em tempo real do Festival de Cinema. Ao longo da programação, a editora do portal, Gabriela Boesel, as repórteres Júlia Fernandes, Luana Nyland e Patrícia Lapuente, a publisher Márcia Christofoli, o social media Felipe Ramires e o fotógrafo Rafael Linck produzirão conteúdo sobre o evento e seus bastidores, além de alimentarem as redes sociais com tudo o que está acontecendo em Gramado.