Público do FIC19 conhece caminhos para criar receita com conteúdo digital

Rafael Sbarai, da Rede Globo, provocou o público a refletir e comparar plataformas

Rafael Sbarai é a atração da tarde no Teatro da Unisinos - Divulgação/Coletiva.net

"Como criar receita com conteúdo digital? Se tivesse essa resposta pronta, eu virava consultor." Foi assim que Rafael Sbarai, jornalista e gerente de formatos do Grupo Globo, na área de Esportes, começou sua explanação no Festival de Interatividade e Comunicação (FIC19). Na tarde desta terça-feira, 29, o convidado deixou o Teatro da Unisinos, que tem capacidade para quase 500 pessoas, praticamente lotado. Conforme o palestrante, um de seus principais desafios, atualmente, é produzir conteúdos especiais para clientes.

Sbarai, que também é professor em duas faculdades em São Paulo, provocou o público a fazer um exercício. Mostrando uma foto, questionou quem assinava algum serviço de streaming de vídeo, como Netflix. Ao ver a quantidade de pessoas que se apresentaram, sugeriu que todos olhassem em volta para perceber quantos eram. Fez a mesma pergunta sobre plataformas de áudio, como Spotfy, e o mesmo aconteceu. Quando perguntou sobre quantos ali assinavam algum veículo de comunicação digital, o número de mãos levantadas foi drasticamente menor. "Por quê?", indagou.

Ele explicou que a maioria dos presentes pertence a uma geração que nunca se acostumou a pagar por conteúdo online, mas isso começou a mudar quando marcas passaram a proporcionar grandes experiências. Ao demonstrar uma pesquisa, compartilhou que os motivos de usuários contratarem determinados serviços - a maioria de entretenimento - centravam-se basicamente em: "não quero ser interrompido por publicidade", "quero poder assistir quando quiser" e "gosto da oportunidade de consumir o que quero em sequência" (Neste caso, exemplificou com as séries, que são assistidas em 'maratona').

Ainda de acordo com Sbarai, três são os pilares nos quais as marcas podem apostar na cobrança pelo que oferecem: bom conteúdo, experiência e questão social. Na sua opinião, Netflix e Cartola são ótimos exemplos disso. Ele ensinou também que, para monetizar conteúdos digitais, é necessário fazer uma pergunta diariamente: 'Qual é o valor do conteúdo?'. "Isso é necessário porque temos competição infinita por conteúdo, mas o problema é que a publicidade é finita", alertou, detalhando que, se quem detém hoje o potencial de advertising são duas empresas - Facebook e Google -, a ordem é não depender da publicidade em negócios digitais.

Para concluir, Sbarai provocou o público mais uma vez: "Mas o quê une as primeiras plataformas da minha indagação, se todas são empresas de mídia?". Neste momento, o palestrante sentenciou o que acredita ser realmente a chave para as receitas digitais: toda empresa de conteúdo online precisa ser uma empresa de tecnologia.

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