(A partir de Aquarela do Brasil, composição de Ary Barroso)
Brasil, meu Brasil justiceiro Assassinato ano inteiro Vou denunciar-te nesses versos
O Brasil, arma que dá Tiroteio que faz massacrar O Brasil do meu pavor Terra sem lei, um horror
Brasil, Brasil! Um fim sem fim!
Ô, para a rotina do fardado Tira a milícia aí do lado Bota a lei longe do coitado
Brasil, Brasil! Um fim sem fim!
Não deixa atirar de novo o atirador À funerária luz da rua Nenhuma sanção ao matador
Não quero ver a zona chorando Pelos camburões metralhando No seu querido blindado
Brasil, Brasil! Um fim sem fim!
Brasil, terra bruta, perigosa Da polícia desastrosa De olhar sempre suspeito
O Brasil, arma que dá Para o mundo escandalizar O Brasil do meu pavor Terra sem lei, que horror
Brasil, Brasil! Um fim sem fim!
Esse gás certeiro dá sufoco Onde quase morro, tanto medo As manifestações querem calar
Ô! Estas cenas torturantes Onde matam a minha gente E onde a lua vem se assustar
Ô! Esse Brasil findo cemitério É o meu Brasil bolsoneiro Terra de bomba e morteiro
Brasil, Brasil! Um fim sem fim!