Coronavírus: Repórteres Sem Fronteiras lança ferramenta para monitorar ataques à liberdade de imprensa

Iniciativa foi criada para facilitar o acesso a informações atualizadas em tempo real sobre ameaças à liberdade de imprensa

RSF lança ferramenta para monitorar ataques à liberdade de imprensa - Reprodução

Em decorrência da pandemia da Covid-19, a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lançou a ferramenta Tracker-19, para monitorar e avaliar o impacto que a censura de governos e a desinformação trazem à liberdade de imprensa e de expressão. O objetivo é analisar como o jornalismo perde credibilidade e confiabilidade em meio à crise do novo coronavírus com o compartilhamento desenfreado de fake news, e ao ter suas notícias censuradas e desacreditadas por governos e autoridades.

O Portal Imprensa divulgou um trecho da declaração de Christophe Deloire, secretário-geral da RSF, em que ele explica como o contexto pandêmico atual reforça a importância do jornalismo: "A censura não pode ser considerada um assunto interno de um país. O controle da informação em um determinado país pode ter consequências em todo o planeta e estamos sofrendo os efeitos disso hoje. O mesmo vale para desinformação e rumores. Eles fazem as pessoas tomarem más decisões, limitam o livre arbítrio e minam a inteligência".

Os dados coletados formam um mapa-múndi interativo, que mostra a situação da liberdade de imprensa ao redor do globo. Além disso, a RSF está oferecendo apoio financeiro aos profissionais de imprensa que foram infectados pelo coronavírus e que sofrem represálias ou se sentem ameaçados por causa de seu trabalho. Para solicitar apoio, é preciso enviar o pedido para os e-mails [email protected] ou [email protected]

No Brasil, a nova ferramenta da RSF destaca que, com a pandemia, o presidente Bolsonaro aprofundou sua retórica anti-imprensa, passando a acusar jornalistas e veículos de comunicação de espalhar pânico. "Muitos governos estão claramente usando a pandemia para atacar a imprensa, aumentar o controle sobre os meios de comunicação e reafirmar seu monopólio sobre a disseminação de notícias", alerta a entidade.

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