Projeções, holografia e TV conectada ao uso constante da Inteligência Artificial, o tão aguardado futuro do Audiovisual está no presente. O que há de novidade nesse meio? Este é o debate do 'Fala, Mercado' desta semana. Márcia Christofoli recebe como convidados o diretor da Fundação de Cinema do Rio Grande do Sul (Fundacine), Beto Rodrigues, e o produtor da Bluedot, Juan Roque.

A conversa inicia com Juan explicando sobre como foi para a Bluedot ser parceira na produção da projeção do macaco gigante no show do Jota Quest. Segundo o produtor, foi um desafio e que essa oportunidade surgiu quando a empresa ainda nem possuía um CNPJ. Ele e os sócios vinham estudando como utilizar as novas ferramentas. "Surgiu essa parceria. Queriam fazer um macaco gigante, mas não sabiam como. Nós já estávamos fazendo alguns testes com motion capture, então conseguimos produzir em 20 dias. Renderizamos em 10k para um telão de 20 metros, uma animação de quatro minutos", explicou.

Segundo Beto, o processo de digitalização do Cinema e do Audiovisual barateou os custos, e permitiu que os efeitos visuais pudessem ser trabalhados diretamente sob o padrão digital. "No tempo da película tinha que fazer duas conversões. Com o retorno delas no mercado, é quase como usar vinil", contou. Para Juan, o "normal" é que haja mudança e ele estranha quando as pessoas questionam essas trocas. "Claro que tem o tempo para adaptação e regulamentação, é natural que mude. Como a tecnologia é exponencial, fica cada vez mais difícil de acompanhar", afirmou.

Conforme Beto, as mudanças são inevitáveis e que todo o processo de transição de uma tecnologia para outra não acontece sem "traumas", pois há a substituição de um processo antigo, que se torna obsoleto. "A evolução da tecnologia digital, como bem disse o Juan, é exponencial e cabe a nós nos adaptarmos. Porém, existe a esfera ética, que é onde a sociedade precisa viver e trabalhar, que nesse aspecto a gente precisa de uma regulamentação adequada para que isso não se torne algo que possa transpor os limites da privacidade", colocou.

Confira o episódio:

Beto Rodrigues

Beto Rodrigues é graduado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-graduado em Produção Audiovisual pela Universidade Complutense de Madri. Trabalhou em 26 longas-metragens e sete séries para TV, sendo 15 destes longas em coprodução internacional com 12 diferentes países. Seus trabalhos mais recentes como produtor, são as séries 'Retratos do Cárcere' e 'Mata Salvaje' (em coprodução com Argentina e Paraguai); e os longas-metragens:' Reus, De Vuelta al Barrio'; 'A Casa Flutuante'; 'Oxigênio'; 'Olha Pra Elas'; 'Casa Vazia'; 'Human Persons'; 'Paralelo 30'; 'Mi Mundial' e 'Comboio de Sal e Açúcar'. Como diretor, dirigiu quatro documentários, um deles vencedor de "melhor Montagem" no festival de Gramado e um curta-metragem de ficção, "Rolex de Ouro", melhor filme e melhor direção de curta-metragem também no festival de Gramado.

Juan Roque

À frente da Libre Coletivo, estabeleceu um ambiente de trabalho pautado pela cooperação e inovação. Atualmente, como sócio da BlueDot VP, junto com Pablo Salmeri e Everton Garcia, aplica a experiência para remodelar as metodologias de produção, empregando tecnologias de ponta para apoiar produtoras na arte de contar histórias. Seu foco está em transformar o 'como' da narrativa visual, facilitando um processo criativo que é tanto tecnicamente avançado quanto colaborativo e humanizado.

Você também pode assistir aos episódios dos programas 'Construindo Marcas', 'Fala, Mercado', 'Memórias Comunicação' e '(Re)contar', de Coletiva.tv, em BBPlay (on-demand), POA Streaming TV (nas redes sociais), pelo canal Markket (692 da ClaroTV e 611 da Vivo) e pela MasperTV (575 da TV aberta pela nova parabólica digital).