Ali Klemt, da TV Pampa, é indiciada por fala contra povo palestino

Declarações foram dadas durante o programa 'Atualidades Pampa', em 10 de outubro do ano passado

Ali Klemt compõe a bancada de comentaristas do programa 'Atualidades Pampa' - Crédito: Reprodução

A comunicadora Aline Klemt, mais conhecida por Ali Klemt, da TV Pampa, foi indiciada pela Polícia Civil, a partir da Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, por crime de praticar, induzir ou incitar discriminação contra etnia ou procedência nacional, após inquérito policial aberto que apurou delito em declarações dadas durante o programa 'Atualidades Pampa', em 10 de outubro do ano passado. A contravenção prevê reclusão de um a três anos e multa. Em comentário, ela manifestou apoio aos ataques israelenses a Gaza e propôs dizimar o povo palestino.

"Hoje, sinceramente, não tem outra forma, a não ser, realmente, dizimando uma população que acha que matar aleatoriamente tá tudo certo" (sic.), disse a comunicadora no programa. Para justificar a afirmação, ela resgatou a falsa notícia de que os palestinos teriam degolado crianças em 7 de outubro de 2023, desmentida no mesmo dia pela mídia israelense. A edição de 10 de outubro do 'Atualidades Pampa' não está mais disponível nas redes sociais da emissora, no entanto, o vídeo com a fala de Ali foi resgatado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e pode ser visto no link.

Conforme informações apuradas pela reportagem de Coletiva.net, junto a Polícia Civil, foram registradas três ocorrências na Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre por diferentes grupos representativos do povo palestino residentes na capital gaúcha e em outra cidades do Estado. Os representantes da Fepal foram ouvidos durante a investigação e afirmaram que diversos cidadãos se mostraram indignados e aterrorizados com as falas proferidas pela comunicadora.

Além disso, os denunciantes entendem que o que Ali disse incentivava o discurso de ódio, o preconceito e a intolerância étnica. A Polícia Civil apurou o crime a partir do registro de ocorrência registrada pela Fepal, promovida em nome da entidade pelo secretário de Assuntos Jurídicos, o advogado Nasser Judeh. 

Para o presidente da Federação, Ualid Rabah, esta situação trata-se de 'caso notório de incitamento ao genocídio". "Defesa mais do que evidente do extermínio da população palestina de Gaza, uma espécie de amparo das ações israelenses que buscavam, àquela altura, a eliminação do povo, seja assassinando em massa ou deslocando toda a demografia para fora das fronteiras da Palestina", comentou.

A reportagem tentou contato com a Assessoria de Imprensa da Rede Pampa, que preferiu não se pronunciar sobre o caso. Já a comunicadora, procurada pela equipe de reportagem de Coletiva.net, declarou: "Por orientação dos meus advogados, a questão está judicializada e só nos manifestaremos em juízo". 

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