"Alô, amigos": aos 84 anos, morre Armindo Antônio Ranzolin

Jornalista faleceu nesta quarta-feira, em decorrência de complicações da doença de Alzheimer

Ranzolin deixou os microfones em 2006 - Arquivo Pessoal

Morreu nesta quarta-feira, 17, o jornalista e narrador Armindo Antônio Ranzolin, pai da apresentadora do 'Jornal do Almoço' de Porto Alegre, Cristina Ranzolin. Segundo o anúncio oficial, feito durante o programa 'Sala de Redação', da rádio Gaúcha, o comunicador faleceu em decorrência de complicações da doença de Alzheimer. Em 21 de janeiro deste ano, a jornalista chegou a publicar uma coluna em GZH, onde abordou a doença do genitor pela primeira vez. Na ocasião, em entrevista à reportagem de Coletiva.net, ela salientou: "a melhor versão do Ranzolin foi a de Pai".

Nascido em Caxias do Sul, o comunicador começou a carreira em 1956, em Lages, no estado de Santa Catarina. Junto ao microfone, seu companheiro desde os 17 anos, construiu uma carreira de quase meio século. Durante esse período, esteve em seis Copas do Mundo e entrevistou presidentes, governadores, ministros, artistas e embaixadores. Ainda teve a oportunidade de cobrir diversas eleições, tragédias e festas.

Trajetória

Ranzolin nutria o sonho de ser narrador ainda na infância, em solo catarinense. Apesar da família ser de Flores da Cunha, ele nasceu em Caxias do Sul, em 8 de dezembro de 1937. Aos 20 anos, mudou-se para Porto Alegre para estudar. Formou-se em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em 1964, mas nunca abandonou a ideia de ser locutor. Apesar de começar a carreira na Capital na rádio Guaíba, a primeira grande oportunidade chegou na extinta Rádio Difusora, atualmente conhecida como Bandeirantes. Atuou na emissora como narrador e passou a ganhar destaque, chegando a ser subeditor do veículo.

Chegando ao Grupo RBS por meio da Rádio Farroupilha, onde seguiria como narrador, também foi apresentador e diretor da TV Piratini até 1969, quando assumiu como segundo locutor da Guaíba. Onze anos depois, chegou à casa que o acolheu por 22 anos. Em 1984, a Gaúcha anunciou em página inteira de Zero Hora a contratação do "narrador dos gaúchos". Além das transmissões das partidas, fazia comentários ao meio-dia, em que consagrou o bordão "Alô, amigos", coordenava as jornadas esportivas e dirigia a rádio.

Em 1995 fez sua última narração, ao contar a história de Grêmio x Ajax pelo Mundial de Clubes. Depois disso, passou a se dedicar à apresentação do programa 'Gaúcha Atualidades', o qual fazia parte desde 1992. Em 2006, após uma viagem de férias à Austrália, comunicou à família que decidira se aposentar. Em 6 de dezembro daquele ano, ao deixar os microfones, foi aplaudido de pé pelos colegas.

Mensagem da filha

Na última segunda-feira, 15, sua filha, Cristina, publicou uma mensagem ao pai no Instagram. "Não, não era esse o Dia dos Pais que eu queria pra nós... Preferia milhões de vezes um daqueles que tu me ensinava a andar de bicicleta, que íamos jogar bola na Redenção, que reunimos a família para um almoço bem especial", escreveu junto de uma foto segurando a mão de Armindo. Nesta quarta-feira, logo após o anúncio do falecimento, a apresentadora do 'Jornal do Almoço' voltou a se manifestar pela rede social, onde compartilhou uma imagem junto do genitor. "Vou sentir muita saudade desse abraço! Vai em Paz, meu pai", despediu-se.

Além de Cristina, ele deixa a esposa, Yara, o filho Ricardo e os netos Henrique, Manoela e Antônia. Aberto ao público, o velório será realizado nesta quinta-feira, 18, a partir das 8h, no Crematório Metropolitano (Avenida Professor Oscar Pereira, 584 - bairro Azenha, em Porto Alegre). A despedida acontece às 15h.

 

Comentários