Alright Media reposiciona atuação para focar em veículos locais

Mudança efetivada recentemente é resultado de um planejamento colocado em prática em 2023

Para Domingos Secco, Alright se torna uma fomentadora do Jornalismo Local e uma geradora de impacto social - Crédito: Arquivo pessoal

A partir de um reposicionamento de atuação, a Alright Media passa a focar sua atenção nos veículos locais, com o objetivo de conectar os chamados 'oásis de notícias' - veículos de Imprensa relevantes em meio aos 'desertos de notícias', constituídos por regiões que não possuem publicações jornalísticas locais - de todo o Brasil. A mudança recente, no entanto, é resultado de um planejamento que foi colocado em prática ainda em 2023, de acordo com Domingos Secco, fundador e diretor-presidente da empresa, que conversou com a reportagem de Coletiva.net.

Com isso, a Mídia Programática deixa de ser a principal área de atuação da Alright pela primeira vez desde o início das operações, em 2016. "Hoje, esse serviço representa 10% do faturamento dos veículos, que já não mais se sustentam apenas com ele, principalmente os portais de notícias locais", argumentou Secco. Assim, o objetivo é ajudar os editores a qualificar o conteúdo, potencializando os noticiários com o intuito de gerar mais audiência e atrair o interesse dos anunciantes. 

Para Secco, a Alright será uma fomentadora do Jornalismo Local e uma geradora de impacto social, uma vez que investir em portais localistas pode potencializar a cultura dessas regiões e frear as fake news. "A importância para nós é fomentar, impulsionar, ajudar esses veículos para que se desenvolvam. Primeiro que sobrevivam, que não morram, pois muitos estão fechando e, então, que achem um caminho de sobrevivência e prosperidade", afirmou.

Atualmente, segundo o diretor-presidente da Alright, as plataformas de Mídia Programática estão preparadas para atender apenas portais de médio e grande porte. No entanto, de acordo com ele, em um país como o Brasil, que tem 5.570 municípios, sendo 70% deles com até 20 mil habitantes, a maioria dos veículos são pequenos. "Isso gera, ao mesmo tempo, um problema e uma grande oportunidade. A partir daí, o nosso posicionamento é dar suporte para esse mercado, o que nos dá uma capilaridade dentro do Jornalismo Local que ninguém tem", completou.

A partir do atendimento a esse nicho, a Alright constitui uma rede própria de veículos críveis e livres de fake news, divididos nas 558 microrregiões brasileiras, constituídas de cerca de 10 municípios cada. "O que fazemos é trabalhar para conectar ao menos um portal relevante dentro de cada um desses setores, que é o que chamamos de oásis de notícias. O resultado é oferecer às agências e aos anunciantes a possibilidade de terem soluções muito mais capilares e amplas", complementou.

Assim, também será possível combater os chamados desertos de notícias, ponto importante para o profissional. "É mais fácil que as notícias falsas apareçam em ambientes assim, porque as pessoas não conseguem checar os fatos sem uma imprensa que produza matérias sobre esse lugar", contextualizou. No entanto, na opinião dele, para ser bem-sucedido nesse trabalho, é fundamental que haja uma união do setor e que os anunciantes passem a investir, também, em pequenos negócios de Comunicação e portais locais. "Precisamos que as marcas apoiem o movimento. Que parem de comprar mídia de forma irresponsável e que as empresas de tecnologia, que somos nós, deixemos de ser, simplesmente, plataformas de monetização para sermos agentes de transformação desses veículos", pontuou. 

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