Cinco perguntas para Bruna Ostermann

Jornalista concilia demandas da CNN Brasil com podcast autoral

Bruna Ostermann, jornalista gaúcha atua na CNN Brasil e comanda o podcast 'Segura esse B .O' - Arquivo Pessoal

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Eu sou Bruna Maia Ostermann. Nascida e criada em Porto Alegre, mas já morei em alguns lugares que, certamente, fazem parte de onde eu venho. No entanto, acho que o que mais contempla a pergunta "de onde vem" é: de uma família incrível, da qual tenho muita sorte de fazer parte. 

Sou jornalista, desde sempre trabalhei como "pacote completo": repórter, produtora, editora. Faz parte do meu perfil profissional. Adoro fazer tudo, especialmente, conhecer e contar histórias de outras pessoas. 

2- Como tem sido realizar o podcast 'Segura esse B.O'? Ele tem atingido os objetivos propostos? E a recepção do público?

Um desafio e tanto! O podcast é fruto de um projeto pessoal, porque como repórter de TV sempre entrevisto e conheço pessoas incríveis, mas acabo não podendo explorar tudo que aquela pessoa tem a mostrar. O tempo é limitado, né? Então, vi no podcast uma chance de colocar em prática meu lado entrevistadora, sobre assuntos que acho necessários, trazendo sempre minha personalidade (que é bem despojada). 

O principal objetivo do podcast é desconstruir conceitos. Já mostramos que uma mulher não precisa ser mãe para ser realizada, que políticas públicas não são exclusividade de um espectro da política, que apresentador de TV metido a galã também toma fora - isso falando dos três primeiros episódios que foram ao ar. Mas ainda vamos mostrar que demissão dói em todo mundo, mesmo em quem tem muito sucesso; que mesmo sendo um profissional sério do jornalismo, temos um lado B; que maternidade é incrível, mas também pode ser um porre de vinho barato; e que precisamos muito falar de paternidade e como se tornar pai ou mãe, não é o que resume a vida de todo. Então, sim, tenho atingido o objetivo proposto! 

O outro objetivo é tentar espalhar para o máximo de pessoas a palavra do BO! (risadas). E esse é o desafio. Acho que no Rio Grande do Sul, a gente ainda não pegou a cultura de ouvir podcast. Eu amo, ouço o tempo todo. Mas percebo dificuldade em muita gente de aderir. Se você está lendo essa entrevista, já segue lá no Spotify, ou no Youtube.com/brunaostermann ! E depois me conta o que achou. Nos primeiros, eu fiz muito no feeling. Mas a partir do 7º, já tá um pouco mais profissional porque eu comprei um microfone. (risadas). Eu aderi ao lema: melhor feito que perfeito. E quem ouviu e me dá feedbacks, tem curtido MUITO o conteúdo. E é isso que importa. O comentário que eu mais amei foi: parece que estou conversando com vocês na sala da minha casa. E é esse mesmo o objetivo! 

3- Como jornalista, qual você considera a principal função deste profissional para sociedade?

Informar. Meio óbvio, né? Mas é simples assim. Com o podcast eu tento informar sobre assuntos relacionados a comportamento, política, feminismo, família... Com o meu trabalho de repórter, eu informo sobre tudo que é relevante e acontece no Estado, para o Brasil todo. O que está acontecendo no Afeganistão é o exemplo perfeito de como o jornalismo é essencial. É assim que o mundo está acompanhando os terrores que o Talibã impõe, especialmente para mulheres. E, como consequência disso, muitos jornalistas e até suas famílias têm sofrido retaliações. 

4 - Como e por que optou por estudar Jornalismo?

Sempre amei escrever, desde pequena. E me imaginava trabalhando em um jornal impresso. Fiz duas orientações vocacionais porque estava em dúvida entre Direito e Psicologia, também. Que são assuntos que, até hoje, me interessam. Nas duas, a resposta foi: jornalismo. Os colegas diziam: Você precisa ser jornalistaaaaaa!! (risos). Mas acho que é porque também tenho esse perfil extrovertido e falante. Então, acabou que a TV surgiu como uma opção e eu me apaixonei. Mas, meu primeiro amor ainda é escrever. Tanto que o que eu mais amo é fazer reportagens especiais, ou mais aprofundadas. E para atender a essa minha paixão, também tenho publicado no Instagram alguns textos meus. Me sigam lá @brunaostermann.

5- Quais são os teus planos para daqui a cinco anos?

Trabalhar de forma mais autônoma e, de preferência, em algum projeto com foco em mulheres. E aqui, volto um pouco no que falei na primeira reposta: vim de uma família privilegiada. Classe média, branca, estudei em colégio particular, meus pais pagaram minha faculdade, fiz intercâmbio no exterior. E mesmo assim, durante os 33 anos da minha vida, o machismo me impediu de ser totalmente livre para fazer minhas escolhas. Se para mim é assim, imagina para outras mulheres que não estão nessa bolha?

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