Cinco perguntas para Fernando Zanuzo
Jornalista assume novos desafios após 17 anos de Rádio Gaúcha

1- Quem é você, de onde vem e o que faz?
Sou Fernando Zanuzo, tenho 38 anos, jornalista, gringo de Bento Gonçalves, pai do Bernardo, de 11 anos, e desde 2002, estou radicado em Porto Alegre, onde atuei na Rádio Gaúcha até o mês passado. Pedi demissão da emissora ao ser convidado para atuar como coordenador de comunicação da Fundação da Escola Superior do Ministério Público, onde também estudo Direito. Na FMP, eu gero conteúdo para o site, organizo debates acadêmicos, sou mestre de cerimônias das formaturas e eventos, contribuo para a interlocução com os veículos de comunicação, faço lives e em breve, desenvolveremos podcasts. Em paralelo, desde outubro, também sou comentarista diário nas rádios Jovem Pan, do Grupo RSCOM da Serra gaúcha, Difusora, de Arroio Grande, e Missioneira, de São Luiz Gonzaga.
2- Por que resolveu ser jornalista?
Eu tinha quase 18 anos e não trabalhava após desistir de jogar futebol. Joguei nas categorias de base do Esportivo, Caxias e cheguei a passar num teste no América Mineiro, mas não tinha certeza de que teria sucesso nos gramados. Então, pressionado pela minha mãe, dona Arylde, fui em busca de trabalho e me deparei com um anúncio no já extinto Jornal Expresso de Notícias, em Bento. Fiz um teste para repórter, passei e um tempo depois fui chamado para o Jornal Semanário, de onde sai para atuar no Jornal Gazeta. Convivendo com a turma da Rádio Viva, me apaixonei pelo rádio. Em 2001, saí do jornal e ingressei na Viva. Em 2002, bati na porta da Rádio Gaúcha onde fui freelancer, estagiário, repórter e apresentador. Foi um período sensacional, de muita aprendizagem. Embora eu estude Direito agora, seguirei como jornalista e comunicador. É preciso ter responsabilidade com o que se fala, principalmente agora em que a ditadura do clique pressiona os profissionais que ficam obrigados a gerar conteúdo, muitas vezes inútil.
3- Quais suas expectativas para o novo desafio na rádio Jovem Pan Serra Gaúcha?
Em quase 17 anos na Rádio Gaúcha, eu fui repórter e apresentador. O ofício de comentarista é novidade. Eu até dava opiniões no Super Sábado, mas procurei sempre me preservar, já que a mensagem sai de uma forma e é recebida de outra. Agora, estudando Direito, eu me sinto mais capacitado a expor meu ponto de vista, por entender melhor o funcionamento das instituições na sociedade, os direitos e deveres do cidadão. Também pesa a idade: não sou velho, mas nem um guri. Tive erros e acertos na minha trajetória, e agora é hora de investir em mim, estudar mais, melhorar como pessoa e contribuir com o coletivo. Onde há vontade, há caminho. Para isso, eu procuro assuntos que sejam úteis com a intenção de estimular as pessoas a refletirem sobre suas vidas, vou do divórcio à alienação parental, do comportamento à economia... Eu estudo, aprofundo o conhecimento e elaboro um comentário. Misturando jornalismo e direito, penso que posso dar minha contribuição.
4- Como está sendo adaptar o trabalho na Jovem Pan e na coordenação de comunicação da Escola Superior do Ministério Público no atual momento da pandemia da Covid-19?
O Marcos Picoli, diretor da RSCOM, fez contato comigo cinco dias depois de eu me despedir chorando no ar, no Super Sábado, propondo minha volta ao Grupo RSCOM. Eu pedi um tempo até me adaptar à rotina produtiva da FMP, as novas funções e no dia 05 de outubro fiz a estreia no jornal da Manhã, da Jovem Pan na 92.5. Saí da número um do Estado para a número um do Brasil, mas na Serra Gaúcha onde é líder, e de onde eu venho. Tem sido um desafio trabalhar no distanciamento social. Por exemplo, em quatro meses de FMP, conheço pessoalmente poucas pessoas. Tenho aprendido muito sobre comunicação com os meus colegas e com o CEO Silvio Teitelbaum desde desempenho de redes sociais até estratégias de comunicação para um nicho segmentado como a educação. É bem corrido, mas está sendo sensacional pelo aprendizado. Ao contrário de antes em que basicamente fazia notícias, agora preciso pensar ainda mais o público, a mensagem específica para os estudantes e operadores do Direito. Também tem a relação com o mercado que antes eu passava à margem. Em resumo, requer muita criatividade, empenho e jogo de cintura.
5- Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?
Acompanhar o mais perto possível o crescimento do meu filho, me formar em Direito na FMP, talvez fazer mestrado, falar bem inglês e espanhol, ampliar meus espaços no rádio e voltar a narrar futebol. De tédio, não morrerei (risos). Também seguirei tocando com a minha banda Zanuzo & Os The Sempre, além de tentar conhecer todas as capitais do país e o maior número possível de países que o tempo e o dinheiro me permitirem. Sem projetos, sem planos, a gente definha. A vida precisa valer a pena. Precisamos superar nossas crenças limitantes e nos tornarmos cidadãos melhores.
Essa entrevista foi realizada pelos alunos de Estágio I do curso de Jornalismo, do Centro Universitário Metodista IPA. Texto: Mattheus Moraes.