Cinco perguntas para Thaís Pedrazzi

Comunicadora compartilha aprendizados e desafios de uma carreira pautada no trabalho com a Educação

16/10/2025 13:00
Cinco perguntas para Thaís Pedrazzi /Crédito: Arquivo Pessoal

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou nascida em Santa Maria, mas a vida me levou por muitos lugares, do litoral de São Paulo às metrópoles que hoje fazem parte da minha rotina. Carrego comigo um pouco de cada um desses lugares: as raízes, as mudanças e a curiosidade que sempre me acompanharam. Acho que essa inquietude e vontade de entender o mundo acabam tendo conexão com a Comunicação.

Trabalho há mais de 15 anos na área e hoje atuo como gerente de Comunicação Institucional e Reputação na Ânima Educação, uma companhia que tem o propósito de transformar o Brasil pela Educação. Eu gosto de pensar que o trabalho não me define, mas é uma das formas que encontrei de expressar o que acredito: que o conhecimento é a principal ferramenta para transformar o mundo e que comunicar é conectar pessoas a esse poder transformador.

Moro em Porto Alegre, mas vivo na ponte aérea. E, apesar da correria, sigo com o coração no Sul e o olhar sempre no que ainda dá pra aprender.

2 - Como a sua vivência acadêmica ajudou a definir a sua atuação na Comunicação?

A vivência acadêmica foi o início de tudo. Foi naquele momento que eu entendi que a Comunicação podia ser mais do que uma área de apoio. Podia ser estratégia, transformação e propósito.

Tive professores e colegas que ampliaram meu olhar sobre o mundo e me ajudaram a conectar ideias com impacto real. Por isso, quando hoje volto a conversar com estudantes, eu poderia ficar horas. É um retorno simbólico, é reencontrar a Thaís do começo e lembrar o porquê de tudo.

Acredito que a vivência acadêmica nos ensina mais do que técnica: ensina empatia, escuta e diálogo, e é isso que tento levar pra minha atuação até hoje. E talvez por isso também seja tão marcante trabalhar em um ambiente onde a Educação está no centro de tudo, cercada por professores que são os verdadeiros protagonistas dessa transformação social. De algum modo, sigo conectada à mesma essência que me formou.

3 - Recentemente, você foi agraciada no 'Prêmio Mega Top Brasil' na categoria 'Executivos de Comunicação Corporativa - Região Sul'. O que esse reconhecimento significa para você, tanto pessoalmente quanto na sua caminhada profissional?

Esse prêmio foi um dos momentos mais marcantes da minha trajetória. Representar o Sul e, ao mesmo tempo, ser a única voz da Educação na premiação nacional foi profundamente simbólico, pois uniu dois pedaços importantes de quem eu sou: minhas raízes e meu propósito.

Mas ele também veio em um contexto muito especial. Depois de um ano tão desafiador para o Rio Grande do Sul, em que praticamente todos nós, independentemente da profissão, estivemos envolvidos nas questões climáticas, estar ali representando a região teve um significado ainda maior.

Mais do que um reconhecimento individual, esse prêmio também representa um trabalho que é coletivo, o resultado de uma equipe que acredita no poder da Educação e da Comunicação como caminhos para transformar realidades. Para mim, ele simboliza um ciclo bonito: o de olhar pra trás com gratidão e perceber o quanto foi possível construir junto, com propósito e com gente que acredita nas mesmas causas.

4 - Olhando para o cenário da Comunicação e do universo corporativo, quais são, na sua visão, os principais desafios e as perspectivas para quem atua na área hoje?

A Comunicação está num ponto de virada. A Tecnologia e a Inteligência Artificial (IA) estão transformando a forma como produzimos, medimos e entregamos resultados e isso exige de nós um olhar cada vez mais estratégico e eficiente. Contudo, neste cenário de tantas mudanças, o essencial continua sendo humano.

Vivemos em um mundo saturado de informação e o nosso papel é trazer clareza, propósito e confiança. O grande desafio é equilibrar velocidade com profundidade, sem perder a sensibilidade que torna a Comunicação genuína.

As pessoas esperam das marcas coerência, verdade e posicionamento, e esperam de nós, comunicadores, a capacidade de traduzir isso em histórias que tocam, informam e transformam.

Acredito que o futuro da Comunicação passa por integrar tudo: negócio, propósito e gente. Ser comunicador hoje é entender de estratégia e eficiência, mas é também manter a autenticidade, a escuta, a empatia e a curiosidade genuína. Porque é esse equilíbrio entre eficiência e essência que faz a Comunicação seguir relevante.

5 - Quais são os planos para os próximos cinco anos?

Continuar aprendendo e acreditando no poder da Comunicação e da Educação como forças que mudam realidades. Profissionalmente, quero seguir fortalecendo o papel estratégico da Comunicação dentro das organizações, especialmente em um setor que tem tanto impacto social quanto a Educação. Pessoalmente, quero preservar o que me trouxe até aqui: a curiosidade, o encantamento pelas pessoas e a vontade de deixar cada lugar por onde passo um pouco melhor do que encontrei.