1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou natural de Porto Alegre, tenho 31 anos, comecei a fazer rádio comunitária na Zona Sul de Porto Alegre quando tinha apenas 15 anos, sendo apresentador de programa voltado para o circuito de festivais de música. Depois, emendei trabalhos de freelancer para a rádio Santamariense AM - como repórter de festivais. Também fiz rádioweb com esse direcionamento de programas voltados para a cultura local. 

Aos 19 anos, ingressei com bolsa de estudos em Direito na UCS, em Caxias do Sul, e comecei a trabalhar imediatamente na área do Direito Ambiental. Fiz um ano e meio de faculdade, porém, decidi voltar para Porto Alegre e cursar jornalismo, agora na PUCRS, que era meu projeto inicial. Abandonei a bolsa de estudos na Serra Gaúcha e o emprego no direito e rapidamente me encaixei em estágios na assessoria de imprensa da FASC e da Brigada Militar. Em paralelo, consegui uma vaga de turno inverso na produção da Rádio Caiçara, da Rede Pampa. Atuei alguns meses nessa emissora, mas logo fui convidado para integrar um projeto-piloto do que viria a ser a Rádio Grenal, uma das mais importantes emissoras da Pampa. 

Ainda no primeiro ano, fui de estagiário a apresentador e coordenador da rádio (que, na época, passou pelos processos de ser rádio Jornal O Sul e Rádio O Sul, até que migrou do AM para o FM). Ainda, fui o primeiro narrador da história da emissora que aborda futebol 24 horas por dia. Permaneci por 8 anos na Rádio Grenal. Depois, atuei como repórter correspondente do Daily Mail, da Inglaterra, lidando com matérias investigativas internacionais e cobrindo pautas de impacto mundial. Também fiz grandes coberturas para o The Sun, o Telegraph e o Daily Mirror, alguns dos maiores tabloides do mundo. Continuando a jornada, integrei brevemente um projeto que compunha o departamento de esportes da Rádio Jovem Pan, no Rio Grande do Sul. Posterior a isso, segui como narrador e coordenador da Rádio Inferno, que é a emissora web identificada com o Sport Club Internacional e que, no segmento web, é um dos veículos de maior audiência do Sul do Brasil.

Em meio a isso, comecei a cursar Filosofia na Ufrgs. Sou professor dessa disciplina há 7 anos, lecionando também Sociologia em alguns dos principais cursos pré-vestibulares do Estado, sendo, inclusive, diretor do Solução Vestibulares, onde também sou docente. Além de cursinhos, dei aula em colégio de rede privada e turmas de EJA, além de ter inaugurado, com Daniel Oliveira e Ramiro Ruschel, o Curso Técnico de Narração Esportiva, que há três anos vem renovando a safra de narradores e comentaristas no cenário gaúcho. 

Também atuo como narrador para a CBF TV, acompanhando o time feminino e as equipes de base do Grêmio nas competições nacionais. Por fim, fui contratado, nesta temporada, para ser apresentador e editor-chefe do programa 'Cruzando as Conversas', da RDC TV, que tem sido a principal experiência profissional da minha carreira: conduzir um nobre e histórico programa de abordagem política, econômica e social, mediar debates de assuntos e temas que são de extrema relevância para a sociedade gaúcha. O resumo desse enredo costumo sintetizar com a frase: "Aquí se respira lucha". 

2- Em maio, assumiu o comando do 'Cruzando as Conversas'. Quais os principais desafios de comandar a atração?

Venho de uma grande e extensa experiência do rádio, tendo alguns reconhecimentos importantes ao ser indicado a prêmios, premiado em algumas ocasiões, fazendo de tudo um pouco nesse meio, tive também excelentes vivências no impresso e no on-line, mas nunca havia efetivamente feito TV. Adaptar o perfil de atuação exige linguagem corporal e contenção do dinamismo frenético do rádio, mas estou me adaptando. Afora isso, a liberdade editorial que a direção da RDC TV dá para criar e experimentar linhas editoriais e desenvolver estilo de Comunicação é motivador. O programa exige uma pluralidade e domínio sobre temas diversos, pois aborda, de segunda a sexta-feira, pautas variadas e isso obriga que eu esteja sempre buscando mais e mais conteúdos e me equipando para ter precisão em cada caso. 

É um desafio constante das próprias ferramentas pessoais enquanto jornalista, e isso tem sido um grande estímulo para meu desenvolvimento profissional. 

3 - Como a experiência com o Jornalismo Esportivo contribui para o teu trabalho com a área Política?

Especialmente, compreender como manusear as passionalidades do dualismo das duas áreas. Tanto no Esporte quanto na Política, estaremos sempre mediando polaridades, aparando arestas dos extremismos, assimilando o fervor das "torcidas" de ambos temas, buscando abordar cotidianamente esse conteúdo tão visceral, mas costurando com fios de razão e ponderamento. O domínio de ter sido mediador de debates esportivos me empresta uma tranquilidade plena para atuar em fervorosos debates políticos, pois a velocidade de raciocínio de quem comanda uma jornada esportiva como narrador é um instrumento que serve muito para antever a condução do próximo instante do debate ao vivo. 

4 - Como escolheu estudar jornalismo?

Desde os 15 anos já estava namorando com o rádio. Nunca me fechei para possibilidades profissionais. Trabalhei, e sigo trabalhando, em diversas frentes, mas sempre houve em mim uma vontade de fazer Comunicação, pulsando, principalmente, a ideia do Jornalismo Investigativo, da busca pela abordagem do interesse público, da pauta opinativa e informativa, por aí.  Há uma vontade e uma tendência de que quando o ritmo desacelere um pouco, eu enverede para um mestrado no Jornalismo. 

5- Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Então, desejo me fortalecer como uma das referências na editoria Política do Estado, fazer o 'Cruzando as Conversas' atingir o status de principal programa dessa abordagem no Rio Grande do Sul, seguir em grandes coberturas jornalísticas, fazer mestrado, lecionar em universidade, administrar melhor o tempo e seguir me alimentando da rítmica de vida que me faz feliz.