Coletiva em amarelo: Forza e Hoc atentas à saúde mental dos colaboradores

Reportagem conversou com os gestores das empresas para saber de que maneira tratam o assunto dentro das organizações

O intuito do especial é discutir as questões de saúde mental no setor da Comunicação gaúcha - Arte Coletiva.net

A reportagem de Coletiva.net realiza ao longo desta última semana de setembro, mês no qual levanta a bandeira de cor amarela em alusão à campanha de prevenção ao suicídio, matérias especiais a respeito de questões sobre a saúde mental no setor da Comunicação gaúcha. Na última quarta-feira, 29, o portal trouxe o relato de três mulheres da área, com histórias diferentes, porém, que compartilham do mesmo problema. 

Nesta quinta-feira, 30, a terceira parte do especial intitulado de 'Coletiva em amarelo', conversa com dois gestores de empresas, as quais se mostram preocupadas e atentas à saúde mental dos colaboradores, são eles: Fabiana Melara, diretora e responsável pela gestão de Pessoas da Forza Comunicação, de Passo Fundo, e Gregório Colla Leal, diretor de Criação da Hoc, agência de Publicidade. 

Algumas práticas de trabalho podem afetar a saúde mental de profissionais. A rotina agitada e a pressão pela entrega de resultados são alguns dos fatores que podem causar estresse, pânico, ansiedade e depressão, de acordo com uma matéria realizada pelo portal Meio e Mensagem. De encontro a essa realidade, as duas empresas estão com o olhar atento ao comportamento de seus colaboradores. 

"Ter escuta ativa e atenção constante para as particularidades de cada integrante da equipe são fundamentais'', destacou Fabiana Melara. A gestora da Forza contou à reportagem que sempre busca entender em profundidade o que move cada integrante. Além disso, a empresa fomenta um lugar para trabalhar que considera a opinião e necessidades dos colaboradores na hora da tomada de decisão. "Onde a transparência e confiança se transformam em uma boa base da relação." 

Segundo o relato de Fabiana, para a Forza o que conta é a jornada que é realizada, por isso, a chegada de um novo integrante é tão importante quanto sua saída para novos voos. "Aqui não é um parque de diversões, ou um lugar perfeito, onde todos os dias são coloridos e divertidos. No entanto, estamos sempre buscando melhorar nossa comunicação, ter empatia pelas particularidades de cada um, manter uma escuta ativa e revisar comportamentos e ações sempre que necessário", enalteceu. 

Fabiana conta ainda que a equipe entende que a participação de cada um é fundamental para ter um lugar saudável para trabalhar e também desabafar. "Oportunizamos desenvolvimento pessoal e profissional, pois entendemos que aprender e desaprender nos fazem vivos e vibrantes. Buscamos constantemente por profissionais que se identifiquem com esta prática", finalizou. 

"Aqui, nós temos um ambiente muito leve e confortável, pois conseguimos ter um espaço que consegue ser descontraído e sério quando necessário'', contou Henrique Zancanaro, designer da Forza, confirmando o que disse a gestora. O profissional relatou que sente que todos têm espaço para falar sobre como estão se sentindo, sendo tristezas ou alegrias, com a certeza que realmente são ouvidos", disse.

O designer relatou ainda que passou por momentos complicados na vida. Segundo ele, por mais força que fizesse para deixar esses problemas fora do trabalho, não conseguiu impedir que eles prejudicassem a vida dentro da Forza. "A equipe notou que algo não estava certo e a Fabiana, a Fabi, veio conversar comigo. Sempre foi muito difícil falar sobre depressão e todas as coisas que envolvem, mas me senti confortável o bastante para abrir meu coração e explicar o que estava acontecendo", explicou.

Ele contou que recebeu um apoio muito maior do que esperava, a informação chegou até a equipe, com o seu consentimento, e então começaram pequenos gestos no dia a dia, que foram sutis ao ponto de não perceber. "Também contei com o apoio e incentivo da Forza para encontrar uma médica psiquiatra, e nesta semana completei seis meses de tratamento", abordou. 

Na HOC a atitude dos gestores não é diferente. De acordo com Gregório Colla Leal, a empresa não tem um setor específico para atender aos problemas dos colaboradores, mas sim, muita atenção e carinho para eles no dia a dia. "Existem casos sim de profissionais aqui da empresa que tiveram problemas com a saúde mental, sobretudo quando começou a pandemia. O que a gente fez foi orientar da melhor maneira para que eles pudessem procurar ajuda com profissionais preparados para isso", ressaltou. 

O gestor relatou que a HOC busca ter sempre um ambiente de trabalho tranquilo e liberto para que os funcionários tenham tempo e que possam sempre procurar ajuda da gestão. "Aqui conhecemos a história de todos, e sempre damos a liberdade para que possam desabafar e contar os seus problemas pessoais. Assim, também, eles têm  liberdade de saírem para se tratar dos problemas internos", apontou. 

O publicitário Vinicius Fraga Marçal, que é redator na HOC, disse que é recente  na empresa, mas antes de começar, na própria seleção eles conversaram sobre saúde mental. Isso o fez perceber que a agência tinha uma preocupação genuína com esse aspecto. "Eu posso fazer as minhas sessões de terapia numa boa e ser aberto sobre a minha saúde mental, nos bons e nos maus momentos, com os meus gestores com a certeza de não ser julgado ou diminuído", exaltou.

"Eu sou um cara que faço acompanhamento profissional há anos", revelou. "E é bizarro ver que ainda tem gente tão atrasada nesse aspecto", explicou. Ele contou também que encontra umas boas exceções pelo caminho, não só na HOC, que o recebeu de braços abertos, mas em donos e lideranças de algumas outras agências de POA. 

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