Entidades realizam reunião para estabelecer negociações coletivas

Entre as demandas tratadas ficou estabelecido o reajuste do Índice Nacional de Preços ao Consumidor

04/08/2025 11:00
Entidades realizam reunião para estabelecer negociações coletivas /Crédito: Reprodução

Após cinco reuniões, o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindijore) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (SindiRádio) entraram em acordo para a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2025/2026, que fez parte da Campanha Salarial Nacional Unificada das/os Jornalistas 2025 junto à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Na recente reunião ficou estabelecido o reajuste em 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período, ou seja, 5,32%, a partir da próxima folha de pagamento, com abono linear de R$150.

Nas cláusulas sociais, ficou acordado o aumento de um dia em relação ao prazo de afastamento em caso de falecimento de familiar já permitido pelo Art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A negociação foi marcada pela dificuldade dos sindicatos patronais chegarem ao índice completo e sem parcelamento, algo que o Sindjors deixou claro que seria o mínimo, considerando a proposta inicial apresentada, de aumento real de 10%. 

Na segunda reunião, em contrapartida, Sindijore e SindiRádio não só negaram aumento real como também partiram de 80% do INPC, parcelado em duas vezes, a segunda somente em 2026. ?Insisti até o último momento no parcelamento?, relatou o advogado Ary dos Santos.

Considerando o novo índice, o piso de jornalistas que atuam na Capital fica reajustado para R$3.534,63 e, no caso dos que atuam no Interior, para 3.009,83. Os valores são referentes à folha de agosto, com pagamento em setembro. Também será pago o abono de R$150, em todos os casos. A CCT 2024/2025 havia sido prorrogada até setembro, mas fica mantida a data-base de junho.

A presidenta do sindicato, Laura Santos Rocha, lamenta não ter sido possível aumento real e nem inclusão de cidades maiores. ?Apesar disso, conseguimos que o Rio Grande do Sul não se tornasse o único estado a fechar a negociação salarial do ano abaixo da inflação. Também foi importante mostrar que o parcelamento não é uma opção. E o dia a mais de afastamento em caso de falecimento de familiar, embora pouco, vem somar?, completa a presidenta.

Comissão Paritária Na Comissão Paritária estabelecida na CCT 2023/2024, um dos principais temas é o retorno da Tabela de Serviços. ?Ficou acordado nesta última reunião que esta comissão irá tratar desse tema já no primeiro encontro, marcado para setembro, mês de aniversário do SindJoRS?, explica Laura. Além da tabela, devem ser discutidos na comissão outros temas que costumam, segundo os advogados patronais, necessitar de mais tempo de debate.

O vice-presidente Pedro Dreher também manifesta que os advogados dos sindicatos patronais devem reforçar aos seus representados que os signatários das empresas devem cumprir o acordado na CCT. ?Houve relatos de empresas que não estavam cumprindo cláusulas como a relativa a viagens e alimentação durante esses afastamentos?, afirmou. 

Dreher também pondera que o abono é mais benéfico que o parcelamento. ?Deixar para receber no próximo ano seria prejudicial?, complementa. Já o advogado do SindJoRS, Antonio Carlos Porto Jr, avalia como positivo o desfecho do acordo, considerando complicações que não só um valor menor que o INPC como um eventual parcelamento causariam à categoria.