A equipe do repórter Eduardo Paganella, da RBS TV, foi hostilizada durante uma entrada ao vivo do 'Jornal do Almoço', neste sábado, 11, e o jornalista precisou interromper a transmissão. Durante uma reportagem sobre voluntários que criaram um abrigo para animais resgatados das enchentes, em Canoas, a equipe foi vaiada e expulsa, por conta de protestos contra a Rede Globo, ao mostrar o trabalho feito pelas pessoas.
Paganella elogiou a iniciativa dos voluntários e convidou um dos organizadores do galpão para uma entrevista. Enquanto era descrita a rotina das pessoas no local, um grupo começou a gritar ?Globo lixo?, porém, o repórter ignorou e continuou a transmitir as informações.
A câmera mudou o quadro para mostrar os cães que estavam recebendo cuidados dos voluntários, quando um homem entoou o coro, e mulheres mostraram o dedo médio em represália à reportagem. Após a hostilização, a equipe deixou o galpão. ?A gente vai organizar aqui melhor, daqui a pouco voltamos a conversar com o pessoal aqui, pois estão um pouco incomodados com a situação?, disse Paganella no ao vivo.
Procurada para se posicionar sobre o ocorrido, o Grupo RBS enviou uma nota dizendo que preza pelo respeito em todas as suas relações e reafirma seu propósito de levar informação e serviço aos gaúchos. O presidente da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), José Nunes, também se pronunciou e afirmou lamentar qualquer tipo de hostilidade que profissionais da imprensa estão sofrendo. Além disso, solicitou apoio aos órgãos de segurança, uma vez que a atividade jornalística é um serviço em benefício à sociedade.
Outros casos
O repórter Arildo Palermo, também da RBS TV, foi hostilizado por moradores locais, em Porto Alegre, em meio à cobertura das enchentes, na última quarta-feira, 8. O comunicador precisou interromper um link ao vivo no 'Jornal da Globo'. Enquanto o profissional mostrava uma tenda que oferecia atendimento médico, um homem começou a ofender a equipe.
Na última sexta-feira, 10, o jornalista Leandro Demori também foi alvo de hostilidades durante a cobertura das enchentes. O caso aconteceu quando o profissional pediu para filmar um mercado que estava alagado, e uma pessoa falou que ?a imprensa é lixo?. O comunicador, no entanto, preferiu não dar detalhes sobre o caso à reportagem de Coletiva.net.
Confira as notas na íntegra
Associação Riograndense de Imprensa (ARI)
A catástrofe climática que atinge o nosso Estado está evidenciando, mais uma vez, a importância do jornalismo profissional para a sociedade. Na condição de presidente da Associação Riograndense de Imprensa, expresso aqui o reconhecimento dos profissionais de imprensa do Rio Grande do Sul e do país que estão trabalhando na cobertura desta tragédia e prestando inestimável serviço à população.
O jornalismo responsável combate a desinformação, preserva a verdade e salva vidas.
Só temos que lamentar qualquer tipo de hostilidade que profissionais da imprensa estão sofrendo. Solicitamos o apoio dos órgãos de segurança, uma vez que atividade jornalística é um serviço em benefício da sociedade.
Grupo RBS
O Grupo RBS preza pelo respeito em todas as suas relações e reafirma seu propósito de levar informação e serviço aos gaúchos.
Em decorrência da tragédia que atinge o Estado, considerada a maior da história do Rio Grande do Sul, Coletiva.net optou por mudar, provisoriamente, seu olhar editorial. Por tempo indeterminado, o noticiário do portal se focará em dar luz aos acontecimentos relacionados às chuvas e enchentes no mundo da Comunicação. Além disso, destacará a editoria Panorama como uma fonte de serviços. Vale ressaltar que nossos canais estão abertos a todas empresas de nosso ecossistema e comunicadores que queiram noticiar suas iniciativas em prol da população afetada. Informações excepcionais, não relacionadas ao episódio climático, também serão contempladas.