Grupo RBS se posiciona em defesa de Rosane de Oliveira e da liberdade de imprensa

Em texto publicado em Zero Hora, Marta Gleich registra que a liberdade de imprensa não é algo trivial e sim é um princípio

Diretora-executiva de Jornalismo e Esporte usou sua coluna no jornal do último final de semana para sair em defesa da colunista e da própria ZH - Crédito: Reprodução

Marta Gleich, diretora-executiva de Jornalismo e Esporte e secretária do Conselho Editorial da RBS, usou sua coluna no jornal do último final de semana para sair em defesa da colunista Rosane de Oliveira e da própria ZH, após a decisão da 13ª Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, que condenou ambos ao pagamento de R$ 600 mil por danos morais à desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira. A sentença diz respeito à publicação, em julho de 2023, de um ranking dos maiores contracheques do Judiciário gaúcho, elaborado com base em dados públicos.

No texto, Marta destacou que Rosane de Oliveira exerceu seu papel de jornalista com responsabilidade, ao divulgar informações disponíveis no Portal da Transparência do Conselho Nacional de Justiça. A colunista explicou, aos leitores, com base em dados oficiais, os motivos pelos quais alguns contracheques chegaram a valores expressivos - como o caso da magistrada que recebeu R$ 662 mil em um único mês, montante composto por salário, indenizações e pagamento de licenças-prêmio acumuladas.

Lei de Acesso à Informação 

Marta Gleich reforçou que a Lei de Acesso à Informação garante a qualquer cidadão o direito de consultar esses dados, e que a função do jornalismo é justamente oferecer clareza à sociedade sobre como são utilizados os recursos públicos. "A liberdade de imprensa não é algo trivial, é um princípio exercido a serviço da sociedade", escreveu a executiva, que também lembrou que o jornal e a colunista vão recorrer da decisão.

A condenação provocou ampla repercussão nacional. Veículos como Band, Carta Capital, CNN, Estado de S.Paulo, Folha de São Paulo, Gazeta do Povo, Globonews e Veja repercutiram o caso. A decisão também gerou manifestações na Câmara Federal, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestou solidariedade à Zero Hora e reafirmou a importância da liberdade de imprensa e da transparência no uso de recursos públicos.

Responsabilidade editorial 

Marta destacou ainda que se trata de uma decisão de primeira instância, proferida por uma juíza com independência, e que a própria Justiça brasileira oferece mecanismos para que todas as partes envolvidas possam exercer seus direitos. Segundo a diretora, Zero Hora continuará, com serenidade e responsabilidade, cumprindo sua missão de informar há mais de seis décadas: garantir aos leitores o direito de saber como é aplicado o dinheiro público.

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