Imprensa internacional marca presença no Festival de Cinema
Jornalistas da Argentina e de Portugal acompanham o evento desde a cidade serrana

Transitar pelos ambientes onde ocorre o 53º Festival de Cinema de Gramado possibilita esbarrar em uma série de jornalistas e criadores de conteúdo em geral. As mídias local e nacional estão por toda parte entre a Sociedade Recreio Gramadense, a Rua Coberta e o Palácio dos Festivais. A imprensa internacional, porém, também se faz presente em 2025. É o caso dos repórteres Rodrigo Fonseca, do portal Cine 7, de Portugal, e de Juan Pablo Cinelli, da Pagina 12, da Argentina.
Em terras lusitanas
Como um jornalista luso-brasileiro, que divide sua moradia entre Rio de Janeiro e Lisboa há cinco anos, Rodrigo participa do Festival desde 2002. Esta edição, porém, é a primeira vez que cobre o evento para dois veículos europeus, o portal C7 (www.c7nema.net) e a revista mensal Metrópoles, ambos sediados na capital portuguesa. Ao Coletiva.net, ele contou que está produzindo conteúdo diariamente, em paralelo às atividades que mantém como repórter no Correio da Manhã, do Rio.
Na conversa com a reportagem, Rodrigo explicou que o interesse de Portugal no Festival de Cinema de Gramado está "na lusofonia, ou seja, na identidade cultural que a língua produz". E disse: "A imprensa lusitana tem um interesse muito grande em entender como, a partir das múltiplas diásporas, que nos compõem como um universo plural e multicontinental, conseguimos fazer a expressão da língua portuguesa a partir de retratos dos países em que ela se ramifica".
Outro aspecto apontado pelo jornalista como diferencial do festival gaúcho é o fato de reunir profissionais de imprensa de diversas idades, que mantém aceso o interesse pela área cultural. "Gramado é um templo onde o Jornalismo de veteranos, que fazem do ofício da escrita e da investigação fílmica uma horta vívida e verdejante."
No país vizinho
Juan Pablo Cinelli participou do Festival pela primeira vez em 2017, quando compôs o júri crítico da mostra de longas estrangeiros. Com essa recordação, o jornalista argentino lamentou que esse quesito não exista mais. "É uma grande perda. Lamento que deixem de disponibilizá-la, pois era uma contrapartida ao espectador local e ao que estavam fazendo em relação à arte cinematográfica nos países vizinhos." Sobre estar em Gramado, porém, Juan garante que é sempre uma experiência agradável devido ao lugar e às pessoas da cidade.
Ele também salientou que, apesar da proximidade entre os países, na Argentina não se conhece as grandes variedades e quantidades das produções brasileiras, e o Festival proporciona esse conhecimento. "Não somente do que estão produzindo atualmente, mas também de ter um equilíbrio entre os vários gêneros", completou.
Segundo Juan, um dos diferenciais do Festival de Cinema de Gramado é poder encontrar na programação produções independentes, mas também obras de alto nível comercial. E concluiu: "Isso acaba proporcionando um olhar mais amplo do cinema brasileiro atual".
A equipe de Coletiva.net acompanha o 53º Festival de Cinema de Gramado, realizado de 13 a 23 de agosto, na Serra Gaúcha. Nesta edição, o apoio é da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que enviou estudantes de Jornalismo e Publicidade e Propaganda para reforçar a cobertura. O público pode conferir matérias e entrevistas exclusivas sobre o evento no portal, repercutidas nas redes sociais - Facebook e Instagram -, além de drops em Coletiva.rádio.