A Rede Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação (Rede JP) lança, nesta quinta-feira, 28, às 19h, com transmissão pelo YouTube e Instagram, a Rede de Proteção Digital para Comunicadoras Negras (Repcone). A iniciativa busca enfrentar um cenário apontado por uma pesquisa: a violência digital tem atingido comunicadoras na América Latina e, em especial, mulheres negras. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o InternetLab, mais de 15 mil profissionais já foram alvo de ataques mediados por tecnologia.

Esta iniciativa latina-americana reúne cibersegurança, acolhimento psicossocial e apoio jurídico para jornalistas e comunicadoras negras, indígenas e quilombolas. O projeto oferecerá treinamento gratuito em cibersegurança, materiais educativos e orientação psicológica. A primeira turma terá 50 vagas abertas para comunicadoras de toda a América Latina. Além disso, será lançada uma campanha de sensibilização para dar visibilidade ao tema e fortalecer a cultura de proteção digital.

"Proteger essas mulheres é proteger narrativas que sustentam a democracia e a pluralidade de vozes. A violência on-line não silencia apenas indivíduos, mas comunidades inteiras", destaca a coordenadora-geral da Rede JP e idealizadora da Repcone, Marcelle Chagas. O evento de estreia reunirá especialistas, jornalistas e defensores de direitos humanos da Argentina, Brasil, Quênia e Peru em debates sobre os impactos da violência digital e estratégias de enfrentamento. Com atuação em três eixos, sendo eles de cibersegurança, acolhimento psicossocial e proteção jurídica. A iniciativa surge como uma rede de confiança e apoio coletivo, rompendo o ciclo de solidão que muitas comunicadoras enfrentam diante de ataques virtuais.