Juca Kfouri é o convidado da semana da Nova Coonline
Em conversa com o grupo virtual, o comunicador discorreu sobre o momento do Jornalismo, além de outros temas

O grupo de jornalistas da Nova Coonline realizou uma live, na última quarta-feira, 2, em que recebeu como convidado o colunista do UOL e da Folha de S.Paulo, Juca Kfouri. Em conversa com o grupo virtual, formado por jornalistas residentes em diferentes estados, o comunicador discorreu sobre o momento do Jornalismo, a necessidade de regulação das mídias e das plataformas digitais e sobre as bets irregulares.
O encontro on-line contou com a presença dos jornalistas Alexandre Bach, Carlos Bastos, Elaine Lerner, Elmar Bones, Eugênio Bortolon, Flávio Dutra, Geraldo Hasse, Ivanir Bertot, Jorge Polydoro e José Antônio Vieira da Cunha. José Cruz, José Nunes, Lourenço Cazarré, Luiz Adolfo, Luiz Lanzetta, Márcio Pinheiro, Marina Woodke, Mario Medaglia, Nubia Silveira e Ricardo Chaves completaram o time de participantes.
Na live, foi debatido sobre os jogos de apostas desenfreadas, os patrocínios aos clubes feitos por bets irregulares, que inclusive contaminam a mídia esportiva, mais a cartolagem corrupta, um coquetel perfeito para prejudicar o futebol brasileiro, na leitura do jornalista Juca Kfouri.
Sobre o bate-papo
Ácido crítico da influência das casas de apostas no esporte brasileiro, o jornalista disse lamentar que 100% dos programas esportivos e 80% dos jornalistas desta área são hoje patrocinados pelas bets. Ele questiona, sem rodeios: "O Galvão Bueno precisa ser garoto-propaganda de casa de apostas? O Renato Portaluppi precisa ser garoto-propaganda de casas de apostas? Não percebem o quanto isso põe em risco a credibilidade deles?" Kfouri considera o descontrole das casas de apostas uma verdadeira farra de boi, mas não acredita que vá continuar por muito tempo. O problema maior, salienta, "é a manipulação de resultados, o que não está acontecendo só no futebol".
Kfouri disse lamentar que, com a expulsão nos estádios dos excluídos, "não temos mais torcedores, temos clientes, e o Marketing dos clubes se orgulha muito disso". Para ele, é necessário mudar o modelo de negócio adotado pelos clubes em geral, pois "não sabem tratar, usufruir desta paixão dos torcedores e transformá-la em recursos financeiros".
Kfouri também conversou sobre a regulamentação das mídias, debate que considera estar em um estágio muito equivocado no Brasil, a ponto de classificá-lo como uma discussão absurda. "Hoje, as grandes empresas de Jornalismo precisam de regulação, senão o Google come pela perna, o Facebook come pela perna, o Musk come pela perna. Então, trata-se agora de uma defesa nacional, quando antes isso era considerado censura." E, no seu entender, esta regulação da mídia deve ser feita pela sociedade, não pelo governo, "pois a sociedade tem o direito de ter uma defesa contra a mentira".
Em certo momento do encontro, o profissional comentou por que não quer atuar na política e explicou por que abriu mão de fazer as biografias de Pelé e do Dr. Sócrates. No encerramento da conversa com o grupo de jornalistas de origem gaúcha, Kfouri fez questão de homenagear profissionais oriundos do Rio Grande do Sul "que fazem parte da minha vida". Entre eles, citou Divino Fonseca, J. B. Scalco, Ruy Carlos Ostermann, João Saldanha, Luis Fernando Verissimo, Paulo Sant'Ana e Jorge Escosteguy.
Confira a live desta semana completa: