O lançamento do projeto Leia - Programa Leia. Ler, Entender, Interpretar e Aprender - levou 600 pessoas ao Teatro Univates, na noite da última quinta-feira, 22. A iniciativa, liderada pelo jornal A Hora, reuniu secretários de Educação, diretores e escolas, professores, líderes regionais, escritores e leitores. A proposta do jornal A Hora é tornar a região o 'Vale da Leitura'.
"O Leia busca o equilíbrio. Os algoritmos não devem nos dominar, nem manipular. Nós precisamos de discernimento para fazer escolhas livres, sem distrações ou interferências sorrateiras que nos bombardeiam na internet. Na leitura em papel somos ativos e na internet absolutamente passivos. Ao menos equilibrar isso, já é um grande passo?, afirmou o diretor-executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss, em entrevista ao portal Coletiva.net.
Sobre o programa
A estratégia é uma resposta aos impactos do analfabetismo funcional e ao uso excessivo de telas. Estudo revela que, de cada dez pessoas, três são analfabetas funcionais, com dificuldade para diferenciar opiniões de propagandas, compreender textos longos e resolver operações matemáticas. O diagnóstico do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) mostra uma lacuna que atinge toda a sociedade.
A saúde mental também deteriora. A exposição prolongada a dispositivos eletrônicos aumenta a ansiedade. Levantamento do Ministério da Saúde mostra que os atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade no SUS aumentaram 3.300% entre adolescentes de 15 a 19 anos.
O projeto impactará crianças de quatro a 12 anos porque a primeira infância é suscetível ao uso das telas e recebe excesso de informação ?pronta?. O Leia será distribuído em um caderno duas vezes por semana. A primeira edição será publicada neste sábado, 24. Colorido, interativo e recheado de histórias, o suplemento chega com a missão de tornar a leitura divertida.
A proposta é uma escrita acessível para estimular a leitura de forma leve e criativa. A mascote Nara, a Capivara Leitora, criada para encantar alunos e leitores, conduzirá os leitores às histórias cheias de aventuras.
Ações em escolas e feiras
Além do caderno bissemanal, o Leia vai promover ações com crianças e adolescentes. Envolve escolas e famílias, numa rede de incentivo à leitura que valoriza o contato humano, o toque, o cheiro, a textura do papel.
O projeto também prevê concursos, selos colecionáveis e prêmios a professores para os melhores projetos de leitura. Iniciativas integram frentes que reforçam a missão do grupo de comunicação em contribuir para elevar o índice de leitura na região.
Por que ler no papel?
Cultivar o hábito da leitura é um antídoto contra os excessos do mundo digital: ao contrário das telas, ela não causa problemas de visão nem estimula a ansiedade, além de reduzir a irritabilidade e o estresse do dia a dia. Ler desintoxica o cérebro, aumenta a concentração e a compreensão, estimula a criatividade, a imaginação e o pensamento crítico, além de desenvolver a empatia.
A experiência física com o livro gera uma conexão mais profunda com a história, favorecendo sinapses, melhorando a cognição, o vocabulário, a escrita e a memória. Ao mesmo tempo, promove alívio no corpo, bem-estar mental, paz de espírito e um valioso senso de organização interior.