O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, anunciou que o novo padrão de televisão aberta estará pronto para a transmissão no próximo ano, com o objetivo de revolucionar o setor com uma integração completa dos canais de TV com internet. De acordo com o projeto, a interação será maior, passando a ser feita apenas por aplicativos.
A mudança prevê a alteração do atual sistema por números, o que permitirá que os canais ofereçam conteúdos além do que já é transmitido ao vivo por sinal aberto. Desta forma, as pessoas sintonizarão as emissoras a partir de aplicativos instalados no televisor. Também haverá materiais adicionais sob demanda, como séries, jogos e programas. O anúncio foi feito durante a abertura do seminário de apresentação da TV 3.0, no auditório do Ministério das Comunicações (Mcom), em Brasília, na última semana.
Segundo o ministro, essa é uma das mais esperadas revoluções do setor, que chega a ser mais significativa do que foi vivido na transmissão do analógico para o digital. ?É o futuro da TV no Brasil. Na prática, é a integração definitiva entre a televisão aberta e gratuita com a internet. Todas as evoluções de imagem e som estarão disponíveis no sinal aberto para a população?, disse. Ainda de acordo com Juscelino, a interatividade com a web é um ?instrumento a mais?, mas não significa que a população precisa ter a tecnologia para ter acesso à TV 3.0.
O padrão atual, que é a TV Digital com full HD, passará a ser transmitido pelo ar em até 4k, ou até 8k caso seja assistido pela internet. Isso significa que a imagem terá ao menos quatro vezes mais pixels, trazendo mais informações por espaço, melhorando a cor e a nitidez. O contraste também vai ser aprimorado, por meio de tecnologias de HDR.
Conforme Jean Lima, presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que representou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, no evento, a TV 3.0 representa a possibilidade de incluir novos atores e democratizar a Comunicação. ?Ela vem gerando expectativa como revolução na forma de programar e assistir televisão, com integração entre internet e televisão, melhor qualidade de áudio e vídeo, lógica baseada no modelo de aplicativos e segmentação de conteúdos?, explicou.
A tecnologia permitirá ao telespectador ter a sensação de estar no ambiente que está sendo assistido, devido ao som imersivo. O usuário poderá escolher entre ouvir apenas o microfone do cantor com a banda ou destacar o som da plateia, por exemplo. Além disso, também será possível personalizar os temas e as propagandas disponíveis nos canais, com o objetivo de melhorar a experiência para as pessoas. A migração para o novo padrão deverá ser gradativa, possivelmente começando pelas grandes cidades.
Segundo Flávio Lara Resende, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), as mudanças que acontecem no setor levam a momentos cruciais. ?Hoje, passamos por mais uma etapa chave de transformação digital e a evolução da televisão 3.0 é um exemplo concreto de que a tecnologia e a internet são nossas aliadas nesse processo?, destaca.