Painel discute a promoção do turismo e o soft power brasileiro
Bate-papo abordou políticas nacionais e colombianas de fomento à Cultura

O painel 'Audiovisual promovendo o turismo e o soft power brasileiro' deu início à nona edição do Conexões Gramado Film Market. A abertura teve a presença da secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, que discutiu estratégias e políticas de comercialização do Cinema. "O problema da distribuição afeta profundamente a produção audiovisual brasileira", relatou a titular da pasta durante o painel. "Precisamos que os filmes cheguem ao público brasileiro", complementou.
A discussão sobre soft power teve o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, que discutiu o trabalho para reconstrução da reputação brasileira no exterior. De acordo com dados citados por ele, cerca de 100 milhões de pessoas escolhem lugares para viajar por conta de filmes e séries a que assistiram. O fenômeno, conhecido como set-jetting, levou turistas estrangeiros para cenas mediterrâneas da série da HBO Max, 'The White Lotus', e os subúrbios ingleses da obra 'Ted Lasso', veiculada na Apple TV. No Brasil, turistas que visitam o Rio de Janeiro passaram também a visitar a casa da Família Paiva, cenário do filme vencedor do Oscar 'Ainda Estou Aqui'.
Esta é a primeira vez que a Agência de Turismo Federal participa da promoção do Festival de Cinema de Gramado. Freixo explicou sobre um plano para criar uma comissão de filmes nacionais, ao exemplo de outros países, unindo o Governo Federal às já existentes comissões estaduais de Cinema. "Imagina o que isso pode trazer pra amazônia, para o pantanal?", ponderou o presidente da Embratur durante o painel. Ainda segundo ele, a criação de uma está planejada para março de 2026 e deve ter um efeito na 54ª edição do evento.
Soft Power é definido pela capacidade de influenciar por meio do capital cultural. Pensando no turismo e no audiovisual, significa levar as cidades brasileiras e a imagem do Brasil para as mentes de potenciais turistas ao redor do globo. "O turista não deixará de ir para o Corcovado, para Copacabana ou para o Pão de Açúcar. Mas quando o estrangeiro vem aqui, ele também pode visitar a Pequena África, e descobrir muito mais sobre a gente", ressaltou Freixo. "Eu não quero um safari pela favela pra ver como pobre vive. Eu quero que seja exemplo de soluções, como já vem ocorrendo", concluiu.
Ao lado de Freixo estava a coordenadora institucional do Festival Internacional de Cinema de Cartagena, Gisela Perez Fonseca, que discutiu a democratização do evento colombiano. Passando de um evento das elites em uma cidade com grande desigualdade, para um evento com expressivos números de participação popular. "Nossa comissão de Cinema trouxe muito para a área, mas também trouxe muito para os nossos sonhos e a nossa dignidade", declarou. Sobre Soft Power, relatou sobre a capacidade de mudar a reputação da Colômbia, país até então conhecido pela violência, que hoje é visto como uma nação orgulhosa de seus ícones culturais, a exemplo de Gabriel García Márquez, autor de 'Cem Anos de Solidão'.
A equipe de Coletiva.net acompanha o 53º Festival de Cinema de Gramado, realizado de 13 a 23 de agosto, na Serra Gaúcha. Nesta edição, o apoio é da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que enviou estudantes de Jornalismo e Publicidade e Propaganda para reforçar a cobertura. O público pode conferir matérias e entrevistas exclusivas sobre o evento no portal, repercutidas nas redes sociais - Facebook e Instagram -, além de drops em Coletiva.rádio.