Programação do Clic Camaquã é quase exclusivamente voltada para cobertura de enchentes
Veículo foca na checagem de informações e atualizações sobre o que dizem as autoridades e os impactos causados pela catástrofe no Estado

A cobertura do Clic Camaquã, veículo de notícias de Camaquã, tem sido quase que exclusivamente voltada para as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. O grupo foca na checagem de informações e atualizações sobre o que dizem as autoridades e os impactos causados pela catástrofe no Estado, em sua rádio web que conta com programação pela manhã ao vivo e com imagens nas plataformas digitais.
Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, o supervisor de Redação, Pablo Bierhals, contou que desde sábado, 4, a cobertura foi voltada para a região, embora não tenha sido tão afetada quanto os Vales, Serra e Metropolitana. "Nós estamos recebendo muitos desalojados de Eldorado do Sul, são 92 em abrigos municipais e muito mais em casas de amigos e parentes", disse.
A equipe conta com seis profissionais atuantes na cobertura, o que significa que todos da redação estão de alguma forma envolvidos. "Em uma ocasião deslocamos alguns funcionários para Arambaré. Nos outros casos estamos contando com jornalistas, muitos independentes, que estão nas regiões e colaborando com informações", contou.
Conforme Pablo, quando as águas do Guaíba começaram a descer para a Lagoa dos Patos, os municípios da região Costa Doce, a qual Camaquã faz parte, começaram a sofrer inundações. Neste momento, o jornal passou a abordar diariamente atualizações sobre os níveis da laguna, rios e arroios. Famílias de regiões alagadas precisaram sair de casa também.
Devido a essa situação, a redação focou no Jornalismo comunitário e de utilidade pública, cobrindo as campanhas de doações e divulgando as orientações da Defesa Civil e as formas corretas de prestar ajuda humanitária necessária. "Além de apurar e divulgar as listas de desalojados que estão abrigados aqui na nossa cidade e nas vizinhas, que são menores." De acordo com Pablo, a sede do portal não foi alagada. "Considero que Camaquã seja uma cidade bastante privilegiada no meio de todo esse caos. Por aqui, tirando o pessoal que mora na costa do rio, não houve alagamento", explicou.
Pablo contou que a barragem da cidade não apresenta danos, e que houve apenas prejuízos em estradas, devido à chuva, e alguns problemas no abastecimento em estabelecimentos por conta da impossibilidade de acessar Porto Alegre por terra. O Hospital Nossa Senhora Aparecida chegou a receber alguns mantimentos por helicóptero.
Conforme Pablo, por ser um município pouco afetado em comparação ao restante do Estado, praticamente toda comunidade está comovida e engajada em campanhas de doações e voluntariado. "Alguns camaquenses foram até Guaíba ajudar em resgates, inclusive."
Para o supervisor, a maior dificuldade tem sido a quantidade de informações que chegam a todo instante e precisam ser verificadas, mas, principalmente, em como elas mudam o tempo todo. "Por exemplo, uma informação sobre o desbloqueio de uma rodovia pode ser verdade agora e 'mentira' no minuto seguinte, pois algumas notícias, como essas, estão a todo momento em atualização", explicou. Outro exemplo citado por Pablo foi em relação às águas, que mudam de acordo com o vento, porém o alerta da Defesa Civil está sempre vigente.
O mais marcante para Pablo foi ter visto com maior nitidez os dois lados da humanidade. Segundo o profissional, existem os aproveitadores e oportunistas que tiram proveito de pessoas vulneráveis e há aqueles que acolhem, fazem campanhas, resgatam, são voluntários. "Além, é claro, do lado emocional, que é impossível não se comover com toda a situação e com os relatos de pessoas que perderam tudo o que tinham. Precisa reforçar ainda mais o profissionalismo nesses momentos."
O supervisor recordou que no final de semana uma mobilização ocorreu na Praça Zeca Netto, centro de Camaquã, em que entidades ligadas à iniciativa privada e poder público promoveram uma ação de arrecadação. "A comunidade camaquense abraçou a campanha e encheu uma carreta, caminhões-baús e caminhonetes para encaminhar aos abrigos de Guaíba, daqui e aos locais isolados."
Em decorrência da tragédia que atinge o Estado, considerada a maior da história do Rio Grande do Sul, Coletiva.net optou por mudar, provisoriamente, seu olhar editorial. Por tempo indeterminado, o noticiário do portal se focará em dar luz aos acontecimentos relacionados às chuvas e enchentes no mundo da Comunicação. Além disso, destacará a editoria Panorama como uma fonte de serviços. Vale ressaltar que nossos canais estão abertos a todas empresas de nosso ecossistema e comunicadores que queiram noticiar suas iniciativas em prol da população afetada. Informações excepcionais, não relacionadas ao episódio climático, também serão contempladas.