Daniel Scola defende que pessoas devem formar opinião própria sobre tudo

Jornalista do Grupo RBS participou de reunião-almoço na ACI, de Lajeado

Daniel Scola foi o palestrante de RA na Acil - Crédito: Priscila Rodrigues

O jornalista Daniel Scola, do Grupo RBS, participou da reunião-almoço da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), em Lageado, nesta quarta-feira, 10. Na ocasião, ele defendeu a importância de as pessoas formarem opinião própria sobre todos os assuntos. Ele também falou sobre política e jornalismo. "Não temos mais espaços para erros, Se as coisas não entrarem nos eixos até início do ano que vem, não sei o que vai acontecer", afirmou, referindo-se à vida política e à mobilização da comunidade.

Participaram da palestra 'Cenário atual, política e comunicação' mais de 80 lideranças empresariais, comunitárias e políticas. Scola disse que o público tem dificuldades em ouvir opiniões contrárias. "O nosso jornalismo busca agregar conteúdo que possa fazer diferença na vida das pessoas", decretou. No começo da apresentação, ele comparou o jornalismo de há quatro anos com o atual e explicou que, no passado, ao chegar à redação, o profissional recebia a pauta pronta para, então, buscar fontes e dados para complementar a reportagem. Agora, o acesso à informação é instantâneo e a possibilidade de geração de conteúdo é enorme. "O papel fundamental da imprensa é a verdade. Ela nunca foi tão necessária como agora", declarou.

Para o jornalista, a imprensa enfrenta três caminhos delicados. Um deles é a transformação do negócio, ou seja, a maneira como é feito o jornalismo. "O jornalismo, hoje, é diferente do que se fazia há seis meses e, provavelmente, será diferente daqui a seis meses. A maneira com que as pessoas absorvem informações muda constantemente e temos que acompanhar." Outra questão é a crise financeira. Segundo ele, a esperança é de que o Brasil tenha um plano estruturado para se recuperar, o que deverá refletir nos veículos de comunicação, que se beneficiarão com o fim da recessão.

Credibilidade foi outro ponto elencado por ele, que disse acreditar que este é o pilar que sustenta o negócio. "As pessoas só vão continuar consumindo nosso conteúdo se tivermos credibilidade. Para isso, é necessário buscar histórias, verificar a veracidade, saber a procedência, certificar se vai fazer a diferença na vida das pessoas e transferi-las ao público", avisou.

Sobre política, Scola defendeu que a sociedade chegou em um momento tênue da política brasileira. "Estamos vivendo uma guerra, que começou anos atrás alimentada pelo PT, continuou com outros partidos e acontece até agora. O que precisamos é de líderes políticos que consigam fazer a modelação de discurso e entrar em consenso", analisou. No Rio Grande do Sul, falou que "as forças políticas acordaram para o realismo financeiro do Estado, sobre a necessidade de rediscussão do seu tamanho e de outros fatores importantes".

Scola ainda comentou sobre o caso que envolve o ministro Sérgio Moro, sobre a comunicação na Operação Lava Jato e reconheceu que a operação foi a mais importante que aconteceu em combate à corrupção no Brasil. "É a mudança de paradigma na administração púbica que vai entrar para a história". Porém, disse entender que o ex-juiz se equivocou ao aceitar o convite para ser ministro e defendeu que ele deveria ter permanecido à frente da Lava Jato até o fim.

Comentários