Christina Gadret: Ela é solar

Formada em Direito, diretora da Rede Pampa a profissional é hoje presidente do SindiRádio-RS

Christina Gadret - Jonas Adriano

A trajetória de Christina Gadret estava escrita muito antes de nascer. Filha de Otávio Gadret, fundador da Rede Pampa, nasceu no mesmo ano em que a empresa midiática lançou a sua televisão, com apenas um mês de diferença. Então, não é mistério algum dizer que cresceu nos bastidores dos programas televisivos e radiofônicos e, por isso, carrega a comunicação nas veias. Com seis anos, já frequentava o local do qual hoje é diretora e acompanhava as transmissões na primeira rádio do grupo, a Caiçara. Naquela época, muitos ouvintes visitavam os estúdios para participar das atrações que eram interativas, o que a encantava.

Extremamente comunicativa e empolgada, recorda que, além de estudar e brincar na infância, carrega desde aquele tempo a paixão por trabalhar. Quando ia veranear na beira da praia de Atlântida, ajudava todos os anos a dona de uma barraca que vendia milho e outras comidas e bebidas. Já no colégio, acontecia o mesmo: auxiliava os donos do bar do colégio durante os intervalos. Não é à toa que, aos 15 anos, o pai a convidou para caminhar pelos corredores da Rede Pampa não mais como a filha do dono, mas, sim, como integrante da equipe.

Da produção à gestão

Ela, que começou atuando com promoções e eventos, também trabalhou em uma área de pesquisa comercial. Ainda, acumulou passagens pela produção da TV e das rádios, além de ter participado de programas nesses dois meios e ser locutora. Apesar de a Rede Pampa ser regional, Christina foi além. Na época em que eram afiliados da Record TV, foi repórter do programa com apresentação da Eliana.

Contudo, quando ingressou na faculdade, passou longe dos cursos de Comunicação. Isto porque o patriarca a sugeriu cursar Direito - do que não se arrepende, pois abriu muitas portas para o setor de gestão e administração. Com isso, há 10 anos, por uma estratégia da empresa, abandonou a parte artística e focou na área jurídica e de gestão geral. "Saí da vitrine e fui para a retaguarda. Foi uma decisão muito acertada, pois acredito que posso agregar muito mais à empresa neste setor", diz.

Hoje, também atua na administração geral, além do jurídico, como em relação aos conteúdos, à inovação e à manutenção. Como um dos projetos e momentos mais marcantes na Rede Pampa, destaca a mudança de O Sul, que deixou de circular como impresso e passou a ser somente digital. "Tenho muito orgulho, pois tivemos o primeiro jornal totalmente colorido, que virou case fora do Rio Grande do Sul, e continuamos inovando ao tomar esta decisão", comenta.

Em 2018, assumiu a presidência do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão (SindiRádio), que, no passado, foi presidida pelo pai. Nele, atua representando 331 empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul."Foi um marco muito importante da minha vida, e que está me ensinando muito. Quero deixar lá o meu legado e visão", aborda. Ela estará para sempre na história da entidade, pois, muito mais do que presidente, é a primeira mulher no cargo, além de ter sido a pessoa mais jovem a assumir a presidência.

Administração em dobro

Com a rotina puxada e intensa, trabalha, no mínimo, 10 horas por dia. E, para conciliar as atuações na Rede Pampa e no SindiRádio, com a casa e família, aponta que tudo é uma arte de administrar o tempo. Isto porque, criou um sistema de gestão do lar e organização dos horários dos filhos, Felipe, com cinco, e Martina, com três anos, e do marido, Marcos Vasconcelos Jardim. Há sete anos casada com o agropecuarista e empresário do ramo de automóveis, tece muitos elogios a ele por ser companheiro e apoiar a vida profissional intensa que a esposa possui.

Apesar disso, revela que o maior desafio é ter controle para não trabalhar excessivamente, porque é muito prazeroso. Tanto que, quando era solteira, não era raro madrugar na Rua Orfanotrófio, no Alto Teresópolis, onde a Rede Pampa está localizada.

Atualmente, o que não pode faltar nesta rotina é o almoço diário em casa, além da academia que frequenta três vezes por semana. Porém, com a correria entre se dividir entre a família, empresa e sindicato, com frequência, não consegue realizar algumas refeições na hora em que precisa e, para matar a fome, aprendeu a tomar café preto após mais de três décadas sem o hábito.

Modo off

Quando não está trabalhando, o tempo é 100% dedicado aos filhos, como brincar, viajar e fotografar. Como hobby, adora tirar fotos dos pequenos, revelar e montar álbuns. Há, inclusive, um especial que produz a cada final de ano ilustrando os momentos mais marcantes do período.

Apesar de confessar ser muito musical, quando está em deslocamento no trânsito ou em outros momentos, está em uma fase muito noticiosa. Sempre está ligada nas rádios do grupo e no portal O Sul para saber o que está acontecendo, principalmente no Brasil. Ela entende que é muito importante conhecer as novidades do país, primordialmente em relação às econômicas.

Contudo, não deixa o gosto pelas melodias de lado. Eclética, talvez por ter nascido respirando música dentro das rádios que o pai fundou, ama as tradicionalistas, além das românticas e de house music. "Depende muito da situação. Posso começar o dia ouvindo Frank Sinatra, passar para um samba e acabar escutando algum hit sertanejo", revela. O mesmo acontece em relação à gastronomia: aprecia desde sushi até churrasco. Todavia, a maior paixão por comida fica por conta de um bom prato de massa.

No momento, está sem tempo para assistir a filmes e séries que estão em alta, pois todos estes períodos são dedicados aos filhos e os pequenos acompanham. O lazer, então, fica por conta das leituras que realiza. Atualmente, está lendo a obra

'O Poder da China', de Ricardo Geromel, pela qual se interessou, pediu e ganhou de Natal.

Lazer esportivo

Gremista, acompanha os jogos e, quando sobra um tempo, consegue comparecer ao estádio do tricolor, a Arena do Grêmio. No entanto, comenta que, acima de tudo, é gaúcha e torce pelas equipes do Estado. Exemplo disso é que, quando o rival Internacional joga contra algum time fora do Rio Grande do Sul, acaba torcendo para os jogadores colorados.

Além do futebol, gosta de basquete e vôlei - esportes que algumas vezes a fazem ficar em frente à televisão para acompanhar e torcer. Inclusive, quando era mais nova, adorava praticar o jogo que teve como um dos principais protagonistas, o norte-americano Michael Jordan. Entretanto, o que a empolga é esquiar na neve, algo que se diverte ao fazer ao lado do marido. Apesar de terem deixado de lado o hábito de viajar para países que nevam, estão planejando como próximo destino algum, visto que desejam ensinar as crianças a esquiarem.

Embora seja apaixonada por um esporte praticado nos flocos de gelo, não é do inverno que gosta. Muito pelo contrário. "Odeio o frio e amo o verão. Sou muito solar", confessa, ao comentar que gosta muito de estar na rua e no sol.

Alto-astral

Sempre de bem com a vida e em alto astral, mostra-se muito positiva e contrária a qualquer tipo de negatividade. Tem pavor à procrastinação, é metódica e gosta muito de agilidade. Mas diz que isso não é falta de paciência, pelo contrário. Apaixonada pelo trabalho, confessa ser muito controladora em relação a isso.

A caçula dos irmãos Alexandre, Fernanda e Rafael deve o que se tornou hoje à família - a quem é muito próxima, apesar de ressaltar que possuem algumas diferenças de gostos e personalidades. Grata ao pai e à mãe, Sandra, os considera dois grandes guerreiros, pois viveram para o trabalho e os filhos. "Sou muito agradecida aos valores que nos foram passados", declara.

Católica, hoje se sente extremamente realizada, tendo em vista que tudo o que almejava quando mais nova acabou se transformando em realidade. "Por isso, é sempre importante pensar bem no que se vai sonhar, pois eles se realizam. Eu acredito muito nisso", confessa. 

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