Daniel Skowronsky: Pura energia

Publicitário fala sobre o desafio de presidir a ARP e do bom momento profissional

Daniel Skowronsky - Reprodução

De criança inquieta a diretor de Planejamento da GlobalComm, Daniel Brandão Skowronsky é o entusiasmo em pessoa. Recém-empossado presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), tornou-se, aos 35 anos, o mais novo a presidir a entidade. Quando fala do desafio, transparece a vontade com que se dedica. "Estou com bastante gás, quero deixar um legado para o mercado", enfatiza.

Ele faz o que gosta, está onde queria estar e sente-se realizado. Antes, entretanto, trilhou outros caminhos. Publicitário por formação, sua primeira alternativa no vestibular foi Administração, que ele chegou a cursar por três semestres. No final dos primeiros seis meses, porém, decidiu sair para viajar. "Meu pai e meu irmão queriam que eu fizesse Administração por causa dos negócios, mas eu não estava bem certo disso", confidencia. Daniel é filho de Romualdo Skowronsky e irmão de Alexandre, ambos publicitários e seus sócios na GlobalComm.

Aos 19 anos, foi para Londres, onde permaneceu por nove meses estudando inglês e trabalhando como garçom. "Não é fácil ficar sozinho, trabalhar, ganhar a própria grana. Cresci muito. Também aprendi a dar mais valor à família", diz. O jeito encontrado para matar a saudade foi a troca de cartas. Já existia e-mail na época, mas a ferramenta, segundo ele, era pouco utilizada. Só retornou ao Brasil porque o irmão estava de casamento marcado.

Valores

O forte laço familiar de Daniel pôde ser percebido durante seu discurso quando assumiu como presidente da ARP. Nos agradecimentos, fez questão de destacar a participação da família em sua conquista. Também ressalta a participação da mãe, Silvia, em sua criação. Como ela trabalhava, é psicanalista, inscrevia os filhos em diversas atividades, como curso de informática, aula de desenho e pintura, escolinha de futebol. Em meio a tantos compromissos, Daniel foi descobrindo o que realmente queria fazer.

O gosto por desenhos o levou a pensar em prestar vestibular para Arquitetura, mas a Publicidade falou mais alto. Aos 10 anos, uma de suas brincadeiras preferidas era desenhar anúncios para entregar ao pai, quando ele chegava em casa à noite. "Às vezes, ele vinha com algum colega e, ao ver meus desenhos, sempre dizia: 'Esse aqui é o futuro diretor de Arte da agência'. Eu ficava realizado", recorda.

O pai quase acertou. Após uma passagem pelo Grupo RBS e outra temporada na Martins e Andrade, na área de Atendimento, Daniel assumiu a direção de Planejamento da GlobalComm, agência que abriu com o pai e o irmão há nove anos. A atividade, enfatiza ele, exige muita pesquisa, repertório, bagagem, insights. Aí entra a experiência adquirida nas viagens pelo mundo.Mas ele não se baseia só na experiência. Logo que decidiu se dedicar ao setor de Planejamento, passou cinco meses em São Paulo fazendo um curso de aperfeiçoamento na área. Na época, também aproveitou para realizar estágio na agência Publicis, parceira da Global em São Paulo. "Foi um divisor de águas", ressalta. Quando voltou, se dedicou por inteiro à área na agência.

Sem parar

Em plena atividade profissional, Daniel é um dos primeiros a chegar na agência, por volta das 8h15 da manhã, e só sai de lá pelas 20h. Há quatro anos, mudou-se para um apartamento próximo à Global para facilitar seu deslocamento. A manhã tem um ritmo intenso, muitas vezes, com visitas aos clientes. Ao meio-dia, faz uma parada para ir à academia, e, à tarde, organiza a rotina dos trabalhos. A GlobalComm conta, atualmente, com cerca de 70 funcionários. "A maioria satisfeito com o ambiente de trabalho", faz questão de destacar. A informação é tirada de uma pesquisa realizada na agência. Para a pergunta 'Qual é a coisa que você mais gosta na Global?', a maioria dos funcionários respondeu que é o clima no ambiente de trabalho. O fato é motivo de orgulho para a família Skowronsky.

Certo de que pesquisa é um meio eficaz para decidir o rumo a tomar, sua primeira ação frente à Associação Rio-grandense de Propaganda (ARP) foi exatamente encomendar uma análise de mercado. "Tínhamos uma ideia do que precisava ser feito, mas a pesquisa nos trouxe precisão", diz. Perguntado sobre os resultados da pesquisa, ele desconversa e avisa que serão divulgados aos profissionais de comunicação ainda neste mês. O que antecipa é que seu foco de trabalho será aumentar a representatividade da entidade junto ao setor. Para tanto, uma das estratégias foi convidar um representante de cada entidade dos diversos setores da comunicação para integrar a direção da ARP. "A ideia foi muito bem recebida por todo mundo", garante.

Como se já não tivesse muito o que fazer atuando na GlobalComm e na ARP, Daniel também é sócio da empresa de Comunicação Digital 3YZ, em parceria com mais três amigos. No último ano, também deu aulas na pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). E neste ano, teve que optar em se candidatar à presidência da ARP ou se comprometer com outra turma. "Quando assumo algo tem que ser para valer, por isso abri mão das aulas. Não conseguiria dar conta de tudo", diz, sem descartar a possibilidade de voltar às salas de aula no futuro. Sobre o momento atual diz que é puxado, mas está conseguindo se organizar.

Com paixão

Nem só de trabalho é feita a vida de Daniel. Ele também acha tempo para praticar tênis, esporte pelo qual chegou a competir na infância. Como professor de tênis também ganhou seus "primeiros trocados" na juventude. Sair para jantar com os amigos e manter a leitura em dia também estão entre suas preferências. "Sou fanático por revistas", confessa. Alguns de seus títulos preferidos são Fast Company, Vogue e revistas de arquitetura. Também gosta de ir ao cinema e viajar. E foi em meio a tantas viagens pelo mundo que descobriu outra de suas afinidades, o gosto por fotografia.

Nos fins de semana, a prioridade é para o descanso. Por isso, troca qualquer balada por ficar em casa tomando um vinho e assistindo a filmes. Um de seus preferidos é o Invictus, com Morgan Freeman. De vez em quando, também cozinha. Gosta de fazer churrasco e comida tailandesa. "Adoro conhecer restaurantes novos e aprender as receitas típicas dos lugares", comenta. A arte da culinária também é apreciada pelo pai e pelo irmão. "Eles se dedicam de verdade, eu vou mais na carona", diz, confessando que não tem praticado muito.

Em paz com suas escolhas, costuma citar que o diferencial está em fazer o que se gosta. "Tem que ter paixão, senão a coisa não flui." Essa premissa o levou a estagiar por dois meses em uma agência de viagens, para ver se era o que gostaria de fazer. Como a paixão não despertou, partiu para outros rumos. "Nunca fico com dúvida, vou lá e experimento. Se não der, tento outra coisa", garante.

Equilíbrio

Natural de Porto Alegre, já pensou em morar em São Paulo, mas, com os negócios andando na Capital, mudou de ideia. Segue com o desejo de prospectar mais clientes no Estado paulista e, quem sabe, ter uma base da Global lá. Essa é uma das metas da agência para os próximos 10 anos. "Estamos trabalhando para que o mercado veja a GlobalComm como uma agência muito consistente."

Realizado profissionalmente, diz que formar uma família seria sua realização pessoal.  "Adoro crianças, acho que serei um excelente pai." Por enquanto, a vontade de ter filhos é suprida com os sobrinhos Nicolas, 12, de quem é padrinho, e Frederico, 6. Considerando-se muito exigente e agitado, "quero tudo para ontem", encontrou nos 10 anos de análise um meio-termo para seguir. "Aprendi a me conhecer. Recomendo terapia pra todo mundo." Sempre de alto-astral, seu lema de vida é ser feliz. "Quando estiver velhinho, quero olhar para trás e pensar como foi bom tudo o que eu vivi", diz.

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