Mastrângela Teixeira: Mulher de propósitos

A gerente-executiva de eventos da ADVB-RS leva para a vida pessoal o trabalho quando o assunto é reunir amigos e família

Mastrângela Teixeira - Créditos: Fabiano Panizzi

Com o dia a dia corrido na ADVB-RS, Mastrângela Teixeira consegue ser a supermãe, esposa, filha, irmã e amiga. A Mastra, como é conhecida, irradia felicidade quando o assunto é evento. Gerente-executiva na atual gestão da entidade, em casa não deixa a paixão pelas reuniões no trabalho: sempre elabora um jantar ou almoço em seu lar. "O problema é que não é um casal, mas sempre muitas pessoas", disse ela, brincando sobre achar que reunir pessoas é uma mania da sua personalidade.

A facilidade em se inserir e circular em vários ambientes ao mesmo tempo proporcionou à então secretária da revista Amanhã se tornar a responsável interina pelos eventos da empresa, algo, até então, impensável. "Foi um grande desafio, pois não tinha conhecimento e circulava pelo meio havia seis anos (na época) mas não tinha vivência." Passageira, porém, foi a ideia de não saber que profissão seguir: a filha da doméstica Maria Helena e do motorista Paulo Gilmar, hoje, é reconhecida pelos antigos gestores por seu amadurecimento e crescimento profissional.

Administradora formada pela Uniasselvi, o curso foi apenas uma escolha aleatória e confessa que sempre foi da área da Comunicação, mas tanto na Amanhã quanto na Aplauso, números comandados por Jorge Polydoro, conseguiu aflorar esse lado. "O presidente (Polydoro) e o editor, Eugênio Esber, são pessoas muito talentosas e inspiradoras", opinou ela, que acredita que essa vivência e conhecimento são uma escola.

Empenho e talento

Mastra geriu, executou e entregou projetos da empresa jornalística, que reunia cerca de 100 vencedores e 800 convidados, por três anos. Em 2011, engravidou de Maria Eduarda, hoje com seis anos, e decidiu buscar novos desafios, deixando a Amanhã. O que não imaginava é que a ex-colega Patrícia Müller, na época gerente-executiva da ADVB-RS, não a deixou ficar longe do mercado por muito tempo. Assim, tornou-se coordenadora de eventos da entidade. "Continuei na mesma área, mas com novos desafios: uma corporação do terceiro setor com uma diretoria voluntária."

Após quatro anos, buscou um novo objetivo: criar a própria empresa de eventos. A 'Maestria' foi tirada do papel com o intuito de entregar mais do que uma coordenação e execução das confraternizações, mas, primordialmente, elaborar uma estratégia para os projetos. Além de firmar parceria com agências de publicidade, atendeu a clientes como os antigos empregadores, Amanhã e ADVB-RS, além da Comunicação Corporativa do Grupo RBS, por exemplo.

Com dois anos e meio de empresa, ganhou, no ano passado, o desafio de entregar três projetos para a entidade de Comércio e Marketing: Prêmio Exportação, Top de Marketing e Festival da Transformação. Com o sucesso, veio a recompensa: foi convidada pelo novo presidente da ADVB-RS, Rafael Biedermann, a assumir o cargo de gerente-executiva da entidade.

Hoje, tem gratidão por quem confiou a ela tamanhos desafios, acreditando e percebendo o seu potencial. "Se eu não tivesse essas oportunidades, certamente, não estaria onde estou." A gestora, que comanda uma equipe de 15 pessoas, almeja para o futuro fazer algo que impacte no desenvolvimento, não somente do mercado da Comunicação e do Marketing, e sim, do Rio Grande do Sul. Para isso, deseja fazer uma especialização fora do Brasil voltada às áreas em que atua.

Existe vida além do trabalho

Mesmo com a rotina atribulada, a filha é uma prioridade importante para Mastra. A mãe de Maria se preocupa com o desenvolvimento da pequena e, principalmente, na pessoa que é e se tornará. Por isso, sempre que pode se faz presente. "Eu não faço ideia de como eu arrumo tempo", diverte-se, ao refletir que tenta equalizar as situações, prever que um mês será mais corrido do que o outro e, assim, tentar compensar em períodos mais calmos. Nessas ocasiões, busca a pequena na escola, além de assistir suas aulas de patinação.

Além da filha, a irmã mais velha de Maragonesa, 30, de Dalton Marantoni, 27, e de Alisson Matheus, 18, busca, também, ter momentos de calmaria ao lado do marido, Júlio César, despachante aduaneiro, com quem é casada há 15 anos. Como não são todos os programas que a pequena pode participar, os pais buscam priorizá-la nas saídas de casa, como passear em parques e fazer atividades nas quais ela pode participar. Apaixonado por viagens, o trio sobe a Serra quase uma vez por mês, onde tem a possibilidade de visitar padrinho de Mastra, Beto, que mora em Canela. Além das visitas ao dindo, o destino certo das férias é Bombinhas, em Santa Catarina, local onde ela desopila e visita quase todos os anos.

"O meu lazer, hoje, é dar uma estagnada e não mexer no celular, nem no computador", diz. Somado à prática de corridas pela cidade, atividade que pratica diariamente, acompanha na Netflix narrativas que remetem ao meio corporativo, como 'Suits' e 'Scandal'. Também citou a série de zumbis 'The Walking Dead', conta divertindo. "Me julguem." Filmes de comédia, romance e suspense também a conquistam. Mas o que Mastra realmente adora são os musicais, tanto no cinema, como 'La La Land', que concorreu em 14 categorias no Oscar de 2014, quanto no teatro, como o que homenageou a cantora Elis Regina.

A Pimentinha, aliás, e a filha, Maria Rita, são as referências musicais da administradora, que acredita que fazem parte da evolução de sua vida, pois quando começou a ouvi-las se identificou com as letras. Jazz, MPB, Pop, e Rock também compõem a playlist eclética de Mastra. "Tenho alguns amores de bandas que trago da adolescência, como Legião Urbana, Ramones e Coldplay." A banda britânica comandada por Chris Martin a levou a realizar um sonho no ano passado, quando trouxeram a turnê do álbum 'A Head Full of Dreams' à Arena do Grêmio, em Porto Alegre. "Tinha me programado algumas vezes antes para vê-los e não tinha dado certo. Quando soube que viriam para cá parei tudo na hora para comprar os ingressos", falou, empolgada, relembrando alguns momentos do espetáculo.

Gremista por influência do pai, torce e assiste aos jogos do tricolor gaúcho, porém, não é assídua. O que ela gosta mesmo é de praticar esportes, o que muito fez durante a infância e adolescência, como jogar vôlei e futebol. Foi assim que conheceu Júlio César, quando costumavam frequentar a mesma região. 

Prenda tradicionalista

Reunir as pessoas para degustar churrasco é vida para Mastra. O prazer vem da infância, já que é de família tradicionalista tanto por parte de mãe quanto de pai. Perto da casa da avó materna Ilda, em São Luiz Gonzaga, o tio-avô administra um CTG, que foi palco de muitas comemorações da sua infância e adolescência. Do lado paterno, os primos são músicos e participam de invernadas.

Apesar da convivência com a cultura gaúcha, nunca se dedicou a todas as práticas. Nos últimos anos, porém, ela e o marido ingressaram em um curso de Fandango. O tradicionalismo, então, conquistou o casal, que passou a frequentar o CTG 'Carreteiros da Saudade', em Gravataí, onde moram. "Quando tu conheces e tens afinidade com aquela casa, tu acabas indo e vira um filho", conta.

Lá, os dois encontram muitos amigos e buscam se reunir nos bailes, jantares e almoços do local. Para Mastra, é um dos lugares que mais frequenta, em especial, nas tardes de domingos com a Maria. A pequena, no entanto, se recusa a fazer parte de uma invernada, o que a mãe entende perfeitamente. Ainda, traz para a rotina o hábito do chimarrão, bebida que degusta tanto no trabalho quanto em casa, onde toma sozinha, pois não faz o gosto do marido.

Além do horizonte

Caso Mastra tivesse que se reinventar aos 31 anos,  seria confeiteira, projeto que está nos planos para o futuro. "Adoro fazer bolo e faço com muita vontade", comenta, ao mencionar que inventa receitas para reunir a família e levar para o trabalho. "Gosto de ver as pessoas aprovando o resultado porque me dedico para fazer." Dentre suas criações, os sucessos são os de chocolate e de banana.

Nos planos, ainda consta continuar engajando as pessoas.  Acredita que só conseguiu vencer as etapas da vida porque sempre teve um propósito envolvido. "Se a gente não tiver, tanto na vida pessoal, alinhado com a profissional, não conseguimos seguir adiante com nossos projetos", opina, ao afirmar: "Levo essa ideia como lema de vida".

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