Renata Gouveia: Uma vida de possibilidades

Ela está sempre sorrindo, é apaixonada pela família, profissão, maquiagens, fotografia e pela série Grey's Anatomy

Renata Gouveia, diretora de Novos Negócios e Marketing da Escala - Arquivo Pessoal

Prestes a completar 40 anos, em 16 de abril, a diretora de Novos Negócios e Marketing da Escala, Renata Ottoni Gouveia, jamais imaginou que uma simples ida à loja de comidas saudáveis lhe causaria um grande trauma. Era véspera de feriado de Nossa Senhora dos Navegantes, 1º de fevereiro de 2017, quando aproveitou a hora do almoço para buscar comida congelada.

Quando já estava dentro do carro, parou em uma sinaleira e foi abordada por dois assaltantes. "Eles entraram no carro e começaram a mexer nas minhas coisas, roubaram minhas joias e fizeram um sequestro-relâmpago. Deram algumas voltas pelo bairro Três Figueiras comigo, fizeram saques em minha conta e me largaram no meio do caminho", conta. Apesar de se manter calma durante toda a ação, acabou voltando para o trabalho e ainda participou de uma reunião superimportante que tinha naquele dia. Porém, alguns dias passaram e percebeu que estava traumatizada com o episódio. Por isso, foi buscar ajuda de uma psicóloga e ficou quase dois anos sem conseguir passar na rua onde tudo aconteceu.

Esta situação em nada se parece com as lembranças que traz da sua terra natal, Cruz Alta, onde morou até começar a faculdade. De lá, a filha caçula do médico urologista Philadelphio Manoel Gouveia Filho e da bióloga Altamira Gouveia, mais conhecida como Tatá, traz as melhores recordações de uma "infância raiz", morando em casa, com portas abertas, brincadeiras na rua, banho de piscina na casa das amigas, jogos de tênis e vôlei na praça. "Tenho muitas recordações boas, da criatividade das nossas mães, na época, que faziam caça ao tesouro nos aniversários e de todas as nossas brincadeiras", relata.

Sempre gostou de viver por lá, tanto que confessa que, se dependesse dela, nunca teria saído do interior. Veio para Porto Alegre por incentivo dos pais, para estudar. Por ela, teria feito faculdade na Unicruz. "Sou enraizada e amo a cidade onde nasci. Se tivesse espaço na minha profissão, teria fixado residência. Mas sempre que posso estou lá com a minha família, e minha mãe me mima fazendo meu prato favorito, que é risoto de camarão", exalta. 

O amor está a um clique

Casada há pouco mais de um ano com o empresário Rodrigo Conter, conta que se conheceram em 2016 pela internet, por meio de um aplicativo. Em seguida, já "juntaram as escovas de dentes", mas a relação foi oficializada logo que descobriram a chegada do Lorenzo, de apenas nove meses. "Fui mãe da quarentena", compartilha. A trupe se completa com o enteado Lucas, de 8 anos. 

Nos dias de folga, gostam de passear, dar um pulo na Serra para almoçar e passar o dia. Considerando-se muito sociável, diz que tem muitos amigos de fé e que gosta de se reunir com eles, adora receber em casa, arrumar a mesa, mas a comida fica por conta do marido, que curte cozinhar. Conhecida entre os colegas e amigos como a rainha das tele-entregas e dos congelados, é fã dos aplicativos de comida. Mas se tem um prato que faz para ninguém colocar defeito é salmão no forno. Ah, e "aquela torta de bolacha bem doce e cheia, com recheio de branquinho".

E quem consegue gastar os batons em plena pandemia? A Renata! Apaixonada por maquiagens, acredita que seria bem feliz sendo dona de salão de beleza, ou quem sabe uma Personal Organizer? Faria todo o sentido, já que gosta tanto de organização e sente satisfação em arrumar os armários. As amigas acabam aproveitando esses dons e sempre a chamam para maquiar ou ajudar nas arrumações.

Já para irmã mais velha, a advogada Mariana, a publicitária seria uma boa psicóloga e chegou até a cogitar esta possibilidade, assim como quando criança que pensava em ser médica, mas a vida a encaminhou mesmo foi para a Comunicação. A tia do Felipe, de 3 anos, também é apaixonada por fotografia. Ganhou uma máquina Canon quando estava na faculdade e, sempre que podia, saía por aí apurando o olhar por meio das lentes. Adorava ir para a a pista de skate do bairro IAPI fotografar e depois imprimir em preto e branco. Hoje, as fotos são mais de trabalho, familiares, de eventos das amigas e muitas do Lorenzo, já que grande parte da família está longe e acaba acompanhando o desenvolvimento do pequeno apenas pelas lentes da mãe ou por chamadas de vídeos.

Noveleira de plantão

Vinda de uma família de católicos, diz que tem uma crença superforte, mas que é bem crítica a alguns sermões, gosta de ouvir a missa do Anchieta e do padre João, da Igreja São Manoel. É religiosa, mas não daquelas "de ficar catequisando os outros", tem a sua fé, além de curiosidade e respeito pelo espiritismo também.

Das leituras, sempre gostou de romances, biografias e de leituras de atualização para o trabalho. Atualmente, os títulos de cabeceira são diferentes e representam seu momento atual de vida: 'Cinco minutos por dia: Um diário para uma vida melhor', de Alex Ikonn e UJ Ramdas; 'Gestão de Alta Performance', de  Andrew S. Grove, e 'Disciplina positiva para crianças de 0 a 3 anos', de Jane Nelsen, Cheryl Erwin.

O estilo musical é totalmente eclético, vai muito do estado de espírito do dia. Já quando o assunto é seriado, é fã das séries de época, como Game Of Thrones e também de Friends. Brinca que é praticamente formada em medicina devido a tudo que aprendeu assistindo à sua favorita, Grey's Anatomy. Além disso, gosta de romances e confessa que já foi bastante noveleira, as preferidas são as escritas por Manoel Carlos. Do cinema, vai desde ficção até aventura.

Entre o varejo e a indústria

Profissional com experiência em Marketing e Negócios, nos segmentos de indústria e de varejo, é graduada em Relações Públicas e Publicidade e Propaganda, em 2003 e 2007, respectivamente, e com pós-graduação em Influência Digital - Conteúdo e Estratégia, ambas pela PUCRS. Lembra que tinha dúvidas sobre o que faria ao concluir o Ensino Médio até fazer um teste vocacional e ter uma conversa com a relações-públicas Glafira Furtado. "Eu adorei fazer RP e como meu pai topou dar um 'paitrocínio', resolvi tocar PP também e foi superbom, pois acabei podendo ter estas experiências complementares", orgulha-se. 

Atuou como voluntária nos laboratórios da Famecos até um ano antes de se formar. Trabalhou ainda em uma Clínica de Fisiatria e um escritório de advocacia, até chegar ao ateliê da estilista de alta costura Clarice Innig, onde atuou como RP e teve contato com a imprensa. "Lembro que o primeiro release que fiz mandei para todos os colunistas em cópia, então bati na trave de cara. Isso me marcou muito, mas fez com que eu aprendesse e nunca mais cometesse este erro", compartilha. 

Passou ainda pela Happy House, onde conheceu Lu Franciscone, que desde então virou sua mentora, referência profissional e amiga. Em 2007, atendia a Dakota na agência Dez.  Até ser chamada na Grendene, atuando junto ao amigo e "profissional excelente e admirável" Pedro Adamy, onde se desenvolveu e foi preparada para ser analista. "O que é muito legal é que minha vida profissional foi acontecendo. Eu não planejei. Não disse 'quero trabalhar em determinado lugar'. As coisas realmente aconteceram", conta.

A volta para Dakota foi para exercer a gerência de Marketing, porém, apesar do trabalho ser muito bom - foi responsável pela marca de calçados e pelo institucional do grupo, Universo Dakota - não se adaptou aos costumes da cidade e ao povo, que era mais fechado. "Quando ia lanchar na empresa, o pessoal ficava falando em alemão", desabafa. 

Em 2011, voltou para o mundo das agências, dessa vez como gerente de atendimento da Paim Comunicação, atendendo Lojas Renner, Alquimia e Camicado. Na Escala desde 2017, dirigiu Unisinos, Agibank, Melnick Even, Unimed Porto Alegre, Lojas Colombo, Zero Hora, Hospital Mãe de Deus, Savarauto, Colégio Anchieta, Diário Gaúcho, Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), LS Tractor e Crea-RS. Atualmente, está à frente da diretoria de Novos Negócios e Marketing e dirige um núcleo de contas com clientes como Stihl, Todeschini, GaúchaZH, entre outros. 

O lado bom da vida

"Polarizada", Renata não consegue se definir em uma pessoa apenas, uma vez que, ao mesmo tempo que gosta de casa cheia, valoriza também seus momentos sozinha. Referindo-se ao que os outros falam a seu respeito, destaca que é firme e sensível ao mesmo tempo, sorridente, alegre e de bem com a vida. 

Renata chega na idade da loba cheia de energia e de vontade de fazer tudo acontecer, mas esta sede de fazer dar certo muitas vezes faz com que acabe se cobrando demais. Além disso, o que também a atrapalha, e até pode ser considerada um defeito, é a sua timidez. Realizada com a vida que construiu até aqui, diz que ainda quer aprender mais o inglês, pois sabe ler, entender, mas não sabe pronunciar.

Além de ser feliz, tem como lema o fato de ver o lado bom das coisas. Para daqui a 10 anos, não sabe onde quer estar, mas sabe com quem: sua família. "Também quero conhecer Itália e Londres e dormir e acordar com este sentimento de gratidão. Independentemente do que eu estiver fazendo, quero estar feliz com o meu dia a dia, com a minha rotina, com sentimento bom e agradecida pelo que tenho e pelo que fiz."

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