Agência Quater: Simplicidade perfeita (na medida)

É de modo criativo e dinâmico que a empresa mostra como os processos devem ser conduzidos

Na famosa Rua Mostardeiro, localizada no bairro Moinhos de Vento, encontra-se um dos tráfegos mais movimentados e caóticos de Porto Alegre. Esse é o caminho escolhido por muitos moradores, especialmente no cruzamento com a Avenida Goethe. Apesar do frenesi lá fora, o edifício Green Office Caixeiros, no número 777, na sala 1401, é um verdadeiro oásis de tranquilidade. Isso porque é lá que está a agência de Publicidade Quater, junto dos seus processos e planejamentos, parece liderar até mesmo o ritmo da vida agitada do lado de fora. É como se fossem guardas de trânsito, porém, é de modo criativo e dinâmico que eles mostram como tudo deve ser conduzido.

É sexta-feira e a mesa está repleta de profissionais: publicitários, jornalistas, relações-públicas, designers, entre outros. Todos em sintonia a discutir com afinco os planos das próximas semanas. Apesar de estarem instalados em um bairro nobre da Capital, o que mais chama atenção é a simplicidade das pessoas que tocam o negócio, bem como todos os colaboradores: tênis All Star, calças jeans, camiseta básica e uma xícara de café nas mãos. Isso não é um uniforme, mas, convenhamos, é o típico costume das pessoas que atuam na Comunicação.

E quanto aos negócios? Da mesma maneira. É como diz o ditado popular: "Mais vale o simples perfeito do que o complexo pouco eficiente". Essa parece ser uma das filosofias aplicadas pelo, então, corpo societário da empresa: Juliano Schüler, head de Estratégia e Criação, e Rodrigo Schmidt, CEO e head de Novos Negócios. Afinal de contas, a Quater está à frente de diversas demandas como: edição de vídeos, identidade visual, manutenção e hospedagem, mídia on e off, planejamento criativo, redes sociais, sites e landing pages, tráfego pago, entre outras.

Apesar da organização, o ambiente de trabalho é frenético, uma vez que a empresa faz parte do ecossistema do Flowork, um cowork - modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório. Antes do período pandêmico, a equipe achou por bem reestruturar os processos. "Existem coisas que fazem diferença na nossa rotina de trabalho, como, por exemplo, não ter que definir quem trará o café, ou pedir para alguém lavar a louça ou, até mesmo, a própria limpeza do espaço. É simples, mas faz diferença", considera Juliano.    

Pós-pandemia

Em geral, o que se diz no mundo da Comunicação é que a pandemia da Covid-19 nos ensinou diversas coisas, sobretudo, no que se refere às transformações digitais, advindas daquele período. Algumas empresas adotaram o regime home office ou o formato híbrido, como uma opção de dar mais conforto aos colaboradores. No entanto, nem todas pensam assim. A agência Quater usou o período para se reestruturar e acelerar processos que já deveriam estar em atividade.

Um dos exemplos diz respeito à definição de que, após o período de isolamento social, a agência trabalharia 100% presencial. Juliano acredita no poder que a Quater tem quando os profissionais estão todos trabalhando em sintonia no mesmo ambiente de trabalho. "Foi um momento difícil, mas que aprendemos que a nossa agência tem uma cultura e que precisava ser respeitada. Todos nós aqui trabalhamos muito melhor juntos", pondera.

Além disso, a equipe de trabalho atua em uma mesma sala, ou seja, são 15 profissionais fazendo a roda girar e criando o tempo inteiro. Nesse período, a empresa também contratou uma consultoria empresarial, encontrada no próprio ecossistema da cowork, a fim de afinar e reorganizar o pós-pandemia. Internamente, acredita-se que este foi o momento de maior crescimento da Quater, em relação à estrutura.

O publicitário Lucas Delavi foi um dos que encontrou vantagens no formato presencial. O editor de vídeos da Quater conta que muitos profissionais negam as oportunidades por não ser um trabalho home office ou, pelo menos, em formato híbrido. Ele não via a hora de sair de casa para se atualizar e ficar por dentro das novidades. "Nós, publicitários, somos assim, inquietos e com vontade de fazer coisas o tempo inteiro. Além de voltar a ver os amigos e colocar o papo em dia. É sempre bom", é o que considera o publicitário.

Personagens da Quater

O mais importante dentro de uma empresa são as boas relações, histórias para contar e pessoas que evoluem e fazem crescer. E na agência Quater, isso não é diferente. Um dos personagens citados por quase todos é o CEO Rodrigo Schmidt. Este está sempre com o modo 220V ativado, um cara alto-astral, que coloca a galera pra cima. "Seja qual for o dia, um dos papéis fundamentais que o Rodrigo exerce é de motivar a equipe, por conta do seu jeito", afirma Lucas Delavi.

Gabriel Suminski também está nesta lista e, como um dos profissionais mais antigos da casa, o gerente de Projetos é aquela pessoa referência para os mais novos no que se refere à parceria nas atividades ou na experiência. "Aqui, o que não pode faltar é a sintonia entre todos, além da pluralidade de ideias", diz Gabriel. Conforme o publicitário, o maior desafio dentro da agência foi a dinâmica agitada no universo digital, ainda mais depois que recebeu um cargo de gestão. "Administrar pessoas é difícil. Hoje, preciso me atualizar para estar na mesma toada dos outros profissionais e, assim, ajudá-los da melhor maneira", observa.

Boas histórias

A história lembrada por todos é a do redator da agência Alisson Pires. Em uma ocasião, a Flowork realizou um torneio de futebol no qual a Quater foi convidada para participar. O clima era tenso entre todas as equipes presentes, altas partidas e o ambiente competitivo. Quando, de repente, o pessoal se dá conta de que falta um dos integrantes da equipe: "Quando olhamos para fora do campo, o Alisson estava com as pernas cruzadas lendo um livro, como se nada mais importante naquele momento tivesse acontecendo", conta Juliano, aos risos. Gabriel complementa e relata ainda que, no jogo, "ele arrebentou e fez diversos gols".  

Outra personagem lembrada é a diretora de Arte, Vitória Leite. Segundo os relatos, ela chegou na agência insegura, uma vez que veio de outro estado, o de Rondônia, a fim de estudar em Porto Alegre. Gabriel recorda uma história que viveu recentemente com ela. De acordo com o publicitário, um cliente solicitou uma alteração de determinado material. Ao levar essa informação para Vitória, ela disse a ele que não iria alterar, porém, de modo técnico, argumentou por que não faria. "Na hora eu fiquei chocado, mas foi de tanta personalidade que na mesma hora eu justifiquei a não alteração ao cliente", lembra, aos risos.

Conforme Vitória, a agência a ajudou no modo de se relacionar e expressar. "Quando eu cheguei aqui no Estado, muitas coisas foram diferentes para mim, ainda mais que eu sempre ouvia que pessoas do sul eram frias e, por isso, eu era mais tímida", conta. Apesar disso, a Quater conseguiu ajudá-la a se ambientar para que se sentisse cada vez mais em casa. "Hoje, quero construir a minha carreira aqui e me consolidar ainda mais na casa", deseja.

Na contramão

O ano de 2012 foi importante para a Comunicação Digital, sobretudo porque foi o período no qual o Facebook realizava a compra milionária do aplicativo de fotografias Instagram. E este também foi um ano de marco na vida da Quater, uma vez que foi a época de sua fundação. Ao contrário de outras agências, que estavam acostumadas a prestarem os serviços de Relacionamento e Assessoria de Imprensa, a Quater foi na contramão de todas e, inicialmente, realizou serviços de redes sociais. "Foi apenas em uma salinha que começamos o trabalho que, em poucos meses, aumentou, tanto no número de serviços, quanto no de colaboradores", relembra Juliano.

Aos poucos, os sócios perceberam as mudanças provocadas no mercado, onde empresas-clientes necessitavam, cada vez mais, deste tipo de trabalho. Então, outras agências procuram se aprimorar no setor e oferecem o serviço, o que aumentou a concorrência. Ainda conforme Juliano, clientes os questionaram se a Quater também realizaria trabalhos como mídias publicitárias em TV e impresso, assim como os demais serviços de agências de Comunicação. "A partir dessas provocações, passamos a oferecer outros tipos de serviços. Fomos na contramão: enquanto as tradicionais agregaram os serviços digitais, aqui, nós adicionamos o habitual."

Hoje, quem está inserido no processo da Quater sabe das diretrizes e filosofias seguidas pela agência. Dificilmente um profissional será contratado para não ser feliz no trabalho. Pelo contrário, conforme Juliano, "pode ser que performam na empresa". A empresa não fará nada de inovador e diferente para o futuro, mas o que se pensa é na simplicidade, não só nas relações, como também no aprendizado. O objetivo é perseguir as tendências de futuro e trabalhar em cima delas. "Não queremos inventar a roda, até porque essa nunca foi a nossa filosofia. Mas estaremos a fazer tudo direito, pensado e planejado", finaliza Juliano Schüler.

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