"Campanha do Agasalho é causa de POA, não da Prefeitura", diz Orestes de Andrade Jr.

Secretário de Comunicação municipal argumenta sobre nova ação publicitária sem agência

Campanha da Prefeitura vai pro ar com ajuda dos veículos - Reprodução

Ainda sem definição da licitação que definirá as duas agências que atenderão à Prefeitura de Porto Alegre, a Campanha do Agasalho foi pra rua em mais uma iniciativa da Secretaria Municipal de Comunicação, sem verba para essas ações. Conforme Orestes de Andrade Jr. explicou ao Coletiva.net, "esta é uma causa da cidade, não da Prefeitura ou de uma gestão, mas de todos". Segundo o jornalista, houve um entendimento comum entre os veículos sobre a importância da campanha e, por isso, estes aceitaram veicular de forma gratuita. "É importante que se esclareça que, mesmo que tivesse verba disponível, não investiríamos para ações desse cunho. É uma questão de cidadania, de responsabilidade social", defendeu Orestes.

A mesma postura foi adotada no início do ano, com a campanha do Aluguel Solidário, e sobraram questionamentos por parte do mercado publicitário sobre um possível enfraquecimento da importância do papel de uma agência. A presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), Liana Bazanela, que intermediou a primeira campanha junto ao Clube de Criação, diz que "é melhor que a prefeitura faça alguma coisa do que não faça nada, desde que seja legal".

O presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS), Fernando Silveira, por sua vez, defende também que qualquer ação voltada para um esforço como a Campanha do Agasalho é nobre. "O fato de ser um esforço de comunicação com vários itens ligados ao escopo de agência de propaganda, que ainda não foi definida pelo edital em andamento, não invalida a intenção da atual gestão." Segundo o executivo, se houvesse agência de propaganda envolvida, certamente se teria uma campanha mais intensa e mais presente. Por outro lado, diz que o que preocupa a entidade é um único fator: a Prefeitura de Porto Alegre ainda não tem agência de propaganda e isso se arrasta desde a gestão anterior. "Isto, sim, é preciso lamentar", concluiu o dirigente.

Orestes ainda esclareceu que outras campanhas serão desenvolvidas, mesmo sem a definição do edital, pois a Secretaria entende que determinados temas são considerados alertas para a população. "É claro que quero ter uma agência logo, pois tudo isso é bastante trabalhoso para uma equipe enxuta, mas assuntos de cidadania são mais do que publicitários, são um serviço à população", defendeu.

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