Futuro phygital: físico e digital cada vez mais diluídos

Nova era de interatividade e eficiência aponta que realidades físicas e digitais estejam cada vez mais interligadas

A inovação nunca esteve tão presente no horizonte como agora, com ferramentas interativas e objetos conectados prometendo transformar o cotidiano e redefinir a relação das pessoas com o mundo ao seu redor. A popularização de tecnologias como Realidade Aumentada (RA), inteligência artificial (IA) e sensores digitais sinalizam uma nova era de interatividade e eficiência de forma que as realidades físicas e digitais estejam, cada vez mais, interligadas, formando um mundo phygital.

Carolina Moreira, pesquisadora da Box1824, agência que pesquisa tendências, aponta para uma consolidação de espaços físicos com uma interatividade digital ainda não conhecida. "Vamos nos acostumar com objetos conectados, sensores mapeando tudo ao redor, projeções 3D, hologramas", diz, potencializados com o uso de uma inteligência artificial cada vez mais aprimorada. 

O mundo phygital ampliará a sensorização crescente de cidades inteligentes, com os ambientes físicos se tornando, cada vez mais, integrados a sistemas digitais. A adesão a essas novas ferramentas, no entanto, está diretamente ligada ao comportamento humano e às necessidades reais. Um exemplo ilustrativo é o QR code, que só atingiu popularidade durante a pandemia, quando a necessidade de contato reduzido impulsionou seu uso. "O fato de que uma tecnologia está pronta não significa que as pessoas estão necessariamente prontas para ela. Há um descompasso de tempo", afirma a pesquisadora.

Para que uma tecnologia se torne relevante, é essencial que combine diversos fatores: acessibilidade, benefícios claros, usabilidade, conexão emocional e preço competitivo. Um exemplo é o óculos da Apple (Apple Glasses), que, apesar de seu impacto inicial, enfrentou desafios como custo elevado e desconforto no uso, fatores que frearam sua adoção em larga escala. Segundo Carolina, isso não representa um fracasso, mas "apenas uma questão de tempo" para que haja a adaptação necessária.

Interatividade em todos os aspectos do cotidiano

A projeção é que a realidade interativa se torne invisível e onipresente. Na educação, ambientes imersivos com Realidade Aumentada podem revolucionar a aprendizagem. No consumo, a possibilidade de experimentar produtos em 3D antes da compra promete transformar a experiência do cliente. 

Na saúde, wearables conectados fornecerão monitoramento contínuo e preciso, enquanto no entretenimento, a imersão e a personalização atingirão novos patamares. "A ideia é que a barreira entre o físico e o digital se dilua, trazendo mais eficiência para as atividades cotidianas, das mais simples às mais complexas", comenta ela.

Ferramentas emergentes e o futuro da interatividade

Entre outras ferramentas emergentes que prometem moldar o futuro, destacam-se os avatares hiper-realistas, as interfaces cerebrais e a popularização de tokens e NFTs para acesso a ambientes digitais. Essas soluções, embora ainda em estágios incipientes, carregam potencial significativo para ampliar as fronteiras da inovação.

O futuro não é apenas sobre avanços tecnológicos, mas sobre como essas tecnologias interagem com o comportamento humano e atendem às necessidades reais. Em um mundo cada vez mais conectado, as ferramentas que despontarem serão aquelas que equilibrarem complexidade, acessibilidade e relevância no cotidiano.

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