Campanha 'Outubro+' da UFSM inclui homens trans

Promovida pela Liga Acadêmica de Saúde da Mulher da Universidade, a ação destaca a prevenção do câncer de mama em diferentes corpos

Campanha será lançada na segunda-feira - Crédito: Divulgação

Com o intuito de incluir diferentes corpos nas atividades de conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de mama, a Liga Acadêmica de Saúde da Mulher (LiASM) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) desenvolveu a campanha 'Outubro+'. A ação, que teve contribuição de alunos de Comunicação Social, o apoio da Casa Verônica, do Observatório de Direitos Humanos (ODH), da Prefeitura e do Ambulatório Transcender, inclui homens trans nas peças divulgadas. O material será lançado na próxima segunda-feira, 16, às 16h no Ambulatório Transcender (Rua dos Andradas, 1397 - bairro Centro), em Santa Maria.

A iniciativa foi inspirada na atitude do médico estadunidense Ben Haseen, que se identifica como um homem trans. A intenção é informar a população trans como realizar o autoteste. Para tanto, por meio de fotos e textos, um card explica, passo a passo, como fazer o procedimento. A demonstração também ocorre por meio de um vídeo disponível no YouTube. As peças contaram com quatro modelos. Integrante do LiASM e idealizadora do projeto, Ivana Camargo Braga, explica que a ideia surgiu quando ela participou de uma palestra sobre o tema e percebeu que não havia material gráfico ou científico disponível em português voltado para esse público. "Isso revelou uma necessidade urgente de abordar as questões de saúde que afetam a população trans de forma mais abrangente." 

Para o estudante de Engenharia Química e um dos modelos do projeto, Tomas Kurkowski, a maioria dos postos de saúde (UBS) não são capacitados para lidar com pessoas trans. "São poucas as que sabem nos tratar com respeito e compaixão, e essas poucas em grande parte são em ambulatórios trans."  Por isso, a importância de espaços como o Ambulatório Transcender de Santa Maria e a realização de campanhas como a do LiASM são importantes para dar visibilidade a esses indivíduos. "Se fizermos parte do contexto sempre, se formos vistos como parte de cada campanha, por exemplo, deixamos de ser conhecidos como estatísticas e mais ainda, nos sentiremos acolhidos de verdade, assim como fomos no projeto", exemplifica outro participante, Caio Machado Friedhein.

Nesse sentido, Ivana acredita que à medida que se trabalhar para tornar a saúde mais afirmativa para todas as identidades de gênero, se criará um ambiente mais sensível. "Além disso, espero que nossa iniciativa inspire outras áreas a fazerem mais para garantir que ninguém seja excluído das conversas sobre saúde. A cada passo que damos, estamos contribuindo para um futuro mais inclusivo e igualitário no campo da saúde", conclui.

 

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