Brigando com a tradição

Por Iraguassu Farias, para Coletiva.net

Este artigo contém auto-promoção. Quase um merchand. Então, se você vai se incomodar, pode parar por aqui. É mais uma das minhas incursões do tipo porque-esse-cara-não-para-de-incomodar? Eles somam-se aos whats com os quais costumo entupir os celulares dos amigos. Mas ninguém pode se queixar de que não é bem informado, de que não é atualizado sobre o que fazemos.

A propósito, não acho que alguém esteja fazendo mais pelo mercado do que nós. Tá sem tempo pra ler? Te alcanço por áudio. Não consegue ficar ouvindo? Tá bem, te mando um vídeo para veres quando puder.

Por falar em ler, é a ação das mais antigas pelas quais nos informamos ou transmitimos conhecimento. Mas nos dias de hoje, do fast, do breve, tem se tornado a mais difícil: parar para ler. As pessoas não lêem mais livros como antes. Aliás, não lêem e-mails com a frequência esperada. Não abrem whats com a velocidade imaginada. Quando envio uma mensagem e no minuto seguinte o sujeito responde com palmas, sinal de positivo, penso: "Mas nem deu tempo de ler!". Enfim, são os novos e velozes tempos, e eu sei que muitos por gentileza, por educação, por nobreza, não me bloqueiam. A eles, agradeço.

Mas eu queria falar mesmo de outra coisa e acabei me enrolando. Queria falar do título, e de uma briga interna. Sim, por 14 anos circulou a Tendências Comunicação. Tradicional. Tradição. Conteúdo de qualidade e de profundidade impossível de buscar através da web, mas acostumado a consumo rápido. Aguardada pelo mercado a cada final de ano. Pra exercício pretenso do futuro, mas dividindo pensares de todos, aceitos ou não.

Mas o papel ficou caro, a tinta é em dólar, os profissionais se qualificam, a distribuição gratuita quase inviabiliza ao final, e eis que a decisão deve ser tomada. A empresarial, claro, porque não dá pra rasgar dinheiro pra manter a fama de bacana. Breves consultas e a decepção: "Se não for mais impressa, não leio mais", "Gosto do cheiro do papel", "Quero ler em casa, na hora em que eu quiser". E eu pensei: e a recepção das agências e outros atores do mercado sem a Tendências?

Um ano pensando, elaborando, fazendo contas. Bolso vazio e cabeça cheia de ideias. A revista precisa voltar. Não há no mercado como preencher a lacuna. Pois bem...ela voltou! Triunfalmente, voltou. Se antes dizíamos "está circulando", agora é "subimos hoje mais uma pauta". Mudou não mudando. Mesmo formato, mesmos conceitos, mesmo tipo de conteúdo, Apenas abandonou o papel.

Voltou com nova roupagem. Mas, calma, ela não vai ser jogada toda, de sopetão, na internet. Ela vai estar abrigada dentro do portal Coletiva.net. E se na edição impressa eram abordadas sete, oito pautas diferentes por edição, vai continuar sendo assim. Em todas as próximas oito, nove semanas, você poderá debulhar um assunto em cada uma delas, agora com mais recursos que somente o digital pode proporcionar. Não tem tempo de ler no portal? (editoria Tendências, no menu. Veja lá). Não tem problema, pois aos sábados enviaremos pro seu email todo o conteúdo daquela semana. Não está cadastrado ainda? Corre! É de graça. Vá no Coletiva.net e cadastre-se.

E assim, sem atropelar, com suavidade e planejamento, a Tendências volta. Para a alegria de muitos que sempre foram assíduos leitores. E aos que duvidavam que daria certo este modelo ou torcem o nariz ainda, esperamos com o tempo mudar seu pensamento. Sem pressa. Com suavidade.

A média etária do nosso público é 46 anos. Ou seja, a maioria nasceu analógico, e no século passado. Este escriba mesmo é um deles e sabe como mudanças complicam um pouco, o novo sempre traz desconfiança. Afinal, tava bom antes. Mas é preciso evoluir, atingir mais pessoas, dividir mais conhecimento, pluralizar os conteúdos e atender, pelo menos, a maioria do nosso público-alvo.

A você que esperou um ano por temáticas instigantes e inspiradoras novamente, bom proveito (46 anos, lembra?). Aos desconfiados, dê-nos uma chance: continuamos querendo cumprir nosso papel neste mercado tão particular. E aos que não conhecem ainda a Tendências Comunicação, fica o desafio.

Ah, ela continua bonita. E "de grátis". 

Era ou não era um merchand??

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