Não repita meus erros

Tatiele Prudêncio, para Coletiva.net

Tatiele Prudêncio

Eu errei.

Errei muitas vezes ao longo desses 16 ou 17 anos de atividades profissionais. Erros mínimos, erros grandes, mas todos carregados de lições gigantes.

Hoje, me peguei refletindo sobre isso: a importância dos erros pra nossa evolução. E o quanto podemos (tentar) ajudar as outras pessoas a partir dos nosso erros, das nossas experiências.

Vou citar um exemplo de um grande erro meu.

Sempre fui altamente comprometida, workaholic mesmo. Entregar resultado e ser reconhecida por isso, pra mim, era tão bom e tão viciante quanto chocolate (ainda é, mas hoje tenho bem mais inteligência emocional e maturidade profissional). Com isso, busquei sempre ser proativa, fazer mais que me pediam. Me realizei? Super. Me desgastei? Também.

Eis que, numa grande empresa onde trabalhei, e que me moldou como profissional, isso era ouro. Recebi muitos elogios por esse motivo. Mas o que vale pra uns, pode não valer tanto pra outros. Numa experiência posterior, em empresa do setor que "é pop, é tudo", tive uma gestora altamente centralizadora. Para ela, descobrir que eu era proativa me transformou de uma "andorinha em um urubu". Ouvi algo tipo isso dela em dado momento. Ela simplesmente não suportava que eu fizesse algo que não tivesse sido solicitado e milimetricamente idealizado por ela. Logo, foi aí que errei. Não atendi sua expectativa de uma gestão top-down.

Sem realizar julgamentos, o que quero com isso é deixar quatro aprendizados importantes:

1 - Você vai errar muitas vezes. Muuuitas. E é do jogo. Procure absorver o melhor disso. E peça desculpas se for necessário. Fazer isso é tipo o antigo Merthiolate: arde um pouquinho, mas passa.

2 - Nenhum lugar é igual ao outro. Nenhuma cultura organizacional é igual à outra. Entenda isso bem e tenha clareza que você realmente se encaixa.

3 - Esteja onde fizer sentido estar. Nem sempre você pertence de fato ao lugar onde está. Para uma planta crescer, ela precisa ter os cuidados certos.

4 - Leitura de cenário vale ouro. Diria que é a competência mais valiosa. Saber até onde ir, como conduzir as relações, o trabalho, e como isso será percebido é o que te leva longe. Ou não. Pra ler cenários, é preciso ter um mínimo de autoconhecimento (para então conhecer os outros). Vale para chefes, clientes, colaboradores, e todas as outras relações da vida.

Bônus - Seja o mais feliz que puder. E viva em paz. Apesar dos erros.

Tatiele Prudêncio é jornalista e sócia da Aurora Comunicação Criativa. 
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