Si, nosotros tenemos papa frita: um ensaio sobre o Panamá

Por Rodrigo Nascimento, para Coletiva.net

Rodrigo Nascimento - Crédito: Arquivo pessoal

Recentemente, pude usufruir de uma oportunidade profissional única. Acompanhar a COP-10, no Panamá, a convite do NOVO STIFA, um de nossos grandes clientes e parceiros. E se eu puder começar já trazendo uma recomendação, digo: viaje sempre que for possível. O mundo passa a ter outro significado quando experimentamos novos desafios e possibilidades desconhecidas.

Rota para o Caribe e ligação turística e comercial entre as Américas, o Panamá lembra muito o Brasil; uma terra linda, rica de belezas naturais e potencial e, mesmo assim, açoitada por contrastes econômicos e sociais. Em meio aos arranha-céus de vidro temperado e dos luxuosos prédios do centro novo, o Panamá convive com sérios problemas, tais como a poluição, saneamento e a pobreza extrema de parte de sua população.

Mas este ensaio não é sobre isso, apenas. É sobre desafiar-se e não ter medo de errar. Confesso que antes de entrar no voo 820 da Copa Airlines, principal companhia aérea em operação por lá, tremi por dentro e por fora. Não fosse apenas a viagem longa - minha primeira investida internacional com mais de seis horas seguidas no ar - mas também havia muitos "se não der certo" em jogo.

A língua, principal barreira para uma comunicação eficiente era, no meu caso, a principal delas. Há mais de 15 anos que eu tento aprimorar meu inglês, e mesmo sendo casado com um professor fluente, um bloqueio me trava. Quiçá o mesmo que limita minha carteira de motorista, há praticamente o mesmo tempo. No entanto, o Jairo mesmo (meu marido), me incentivou a seguir nesta missão, nos ofertada pela representação dos mais de 40 mil trabalhadores das indústrias do tabaco. Tabaco que fora o centro da discussão naqueles dias panamenhos, cuja comunicação precisava chegar ao Brasil e, consequentemente, aos trabalhadores representados pelo presidente Gualter Baptista Júnior, nosso cliente e amigo pessoal.

Seguimos e confesso que já no segundo dia agradeci não ser fluente em inglês. A cara e o "jeitinho de brasileiro" abrem portas e aproximam-nos dos queridos panamenhos, povo muito acolhedor, que não parece ter muita satisfação no idioma oficial do mundo. O ápice foi quando, no hotel, consegui solicitar "papa frita", a nossa batata frita, sem ter que gaguejar ou pedir ajuda. O Jairo sempre fala que o processo de falar um novo idioma acontece, como um passe de mágica. Mas isso não quer dizer que tive uma epifania espanhola em plena COP-10. No entanto, voltei de lá com uma certeza: vou me dedicar a aprender esta língua.

Ah, Panamá... Carros com placas apenas na parte de trás, um som ensurdecedor de buzinas, quase nada de calçadas, faixas de pedestre ou sinaleiras. Um cuidado precioso com a água, que não jorra em fartura de chuveiros e torneiras; certos estão eles. A moeda, o Balboa, em homenagem ao descobridor desta terra muito quente, vale a mesma coisa que o Dólar Americano; talvez por necessidade, uma das únicas palavras que os panamenhos falam com orgulho fora de seu idioma. Comum era ver meus anfitriões querendo aprender o nosso português - terceira língua oficial no Aeroporto Internacional de Tocumen.

A cobertura internacional fluiu mesmo com o acesso à toda imprensa sul-brasileira negado. Da embaixada, sob pena de não poder ultrapassar o tempo de locação da sala por falta de orçamento, porque Brasil é Brasil em tudo que é lugar, recebíamos apenas migalhas do que acontecia na convenção. Mas tudo isso foi traduzido em texto, áudio, vídeo e conteúdo para redes sociais, pautando a mídia nacional com a voz dos trabalhadores no local. Que orgulho desta missão cumprida!

Eu poderia continuar escrevendo muito mais... No entanto, para não ficar chato e desinteressante aos demais, prefiro convidar a quem puder para conhecer o Panamá. Assim como Copélia - personagem de Arlete Sales em "Toma lá, dá cá" - não descobri se é o Oceano Pacífico ou o Atlântico que é o mais alto, e precisa do barramento centenário do famoso Canal do Panamá. Achei lindo, mas não entendi direito como funciona. Aquele é o principal recurso de impostos desta nação.

Aproveito a deixa aqui para fazer jus à equipe Nascimento Marketing. Time que se desdobrou no Brasil, dando conta desta demanda internacional, somada a todos os afazeres de nossos outros 29 clientes. Sim, foi uma grande missão cumprida. Ao NOVO STIFA e ao nosso presidente Gualter, minha eterna lealdade e gratidão. Ao meu marido e equipe, todo o mérito de nossa primeira jornada internacional. Aos leitores, que comigo seguiram até aqui, muchas gracias. Pero que si, nosotros tenemos papa frita. Viaje e aventure-se no inesperado.

Rodrigo Nascimento é coordenador de Jornalismo da Nascimento Marketing de Conteúdo e Mídias ([email protected])

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