Heranças

Sábado passado, dia 11, completei 12 anos de presença aqui em Coletiva, primeiro como articulista e, há 10 anos como um dos colunistas das …

Sábado passado, dia 11, completei 12 anos de presença aqui em Coletiva, primeiro como articulista e, há 10 anos como um dos colunistas das segundas-feiras.
Há bastante tempo, alegando o baixo nível da prática política, avisei que política, inda que superimportante, deixara de me provocar vontade de abordá-la. Um bom acontecimento merece registro: Lula, que ganhou até livro pelas babaquices que perpetrou, superou-se e tornou-se um cidadão articulado, sem perpetrar barbaridades. As gerações mais jovens podem achar que exagero neste registro, mas mato a cobra e mostro o pau, apenas com alguns poucos exemplos. No entanto, por publicar o que vem a seguir, só por publicar, peço perdão, pois em livros, peças de teatro, em jornais e revistas, jamais me permiti o uso grosseiro, chulo e pornográfico de nosso idioma.  Alguns poucos exemplos justificam meus anos de silêncio:
"Pelotas é cidade polo: exportadora de viado."
"Eu tenho medo de piscina? Imagina descer 1.400 metros de água, depois furar mais 3 mil metros de rocha, depois furar uma camada de 400 metros de sal e trazer petróleo! O buraco é tão fundo que qualquer dia a Petrobras vai trazer um japonesinho na broca."
"Não tem país mais preparado para achar o ponto G que o Brasil."
"Eu sou contra greve de fome. Eu sei o que é uma greve de fome, dá uma fome danada."
"Na América do Sul, o Brasil só não faz fronteira com Chile, Equador e Bolívia."
"Eu não mudei ideologicamente. A vida é que muda. A cabeça tem esse formato justamente para as ideias poderem circular."
"Quando Napoleão foi à China, ele cunhou uma frase que ficou famosa. Ele disse: A China é um gigante adormecido que o dia que acordar, o mundo vai tremer." (obs: Napoleão jamais esteve na China)
"Marina, essa coisa de meio ambiente é igual a um exame de próstata: não dá pra ficar virgem toda a vida. Uma hora eles vão ter que enfiar o dedo no cu da gente. Então companheira, se é pra enfiar, é melhor que enfiem logo."
"Então, essa questão do clima é delicada por quê? Porque o mundo é redondo. Se o mundo fosse quadrado ou retangular, e a gente soubesse que o nosso território está a 14 mil quilômetros de distância dos centros mais poluidores, ótimo, vai ficar só lá. Mas, como o mundo gira, e a gente também passa lá embaixo onde está mais poluído, a responsabilidade é de todos."
"Gostaria de poder fazer algo sobre a corrupção no país. Se dependesse de mim, todos estes deputados corruptos estariam na cadeia."
"Neste país de 180 milhões de brasileiros, pode ter igual, mas não tem nem mulher nem homem que tenha coragem de me dar lição de ética, de moral e de honestidade."
"Se porrada educasse, preso saía da cadeia santo."
"Minha mãe é uma senhora que já nasceu analfabeta."

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Poderia colocar muito mais besteiras, grosserias, colocações inoportunas, mas já que não descobrimos o ponto G e não queremos fazer um teste para a próstata, fechemos esta página de ignorância e aguardemos o que dona Dilma, que não é torneira e tem diploma universitário reservou para seus súditos. Doze anos de Coletiva dão-me o direito de rir, independentemente do que pensa o povo de Pelotas sobre o nosso educado ex-presidente.
Inté.

Autor
Mario de Almeida é jornalista, publicitário e escritor.

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