AMENIDADES

O francês Rousseau divulgou o pensamento de que o homem é produto do seu meio e, depois, diversos filósofos trataram dessa relação do homem …

O francês Rousseau divulgou o pensamento de que o homem é produto do seu meio e, depois, diversos filósofos trataram dessa relação do homem com o seu meio ambiente, além de outras abordagens do tema na antiguidade.
Outro dia, pensando sobre racismo e machismo, duas características sobre as quais nossa sociedade vive sendo agredida e das quais cheguei aos 84 anos casto desses pecados, lembrei-me de Rousseau e fui às minhas origens. Sou filho de um casal branco, da classe média paulista, com títulos universitários e até com um momento hilário na formação de minha mãe: entrou na Faculdade de Farmácia e Química de São Paulo com 14 anos e ganhou de presente, dos colegas, uma boneca!
Minha mãe nasceu em Capivari (SP) e meu pai, em Campinas (SP), onde nasceram minhas irmãs Célia, 1928, e Rachel, 1929. Em 1931, nasceu aquele que seria o bebê prêmio de robustez do ano, eu. Eduardo, meu irmão, nasceu em 1936 e, de acordo com a crônica familiar, não foi premiado por excesso de peso. Era robusto demais. Ele bebê, minha família mudou-se para São Paulo.
Comentando
Recebi dois telefonemas cumprimentando-me pelo juízo que fiz do atual e desatinado presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha: equívoco genético. Não aceito pertencer à mesma classificação humana que ele. Se meu intestino funcionasse como os adiamentos de votações que ele promove, eu morreria de prisão de ventre.
Mudando de assunto, informo que minhas fontes principais de informação são impressas: jornais e revistas. Hoje resolvi comentar fatos sobre os quais tenho lido.
Estou indignado com os Jogos Olímpicos em agosto do próximo ano, no Rio. Durante todos os Jogos, não haverá aulas, em nenhum nível. Elas serão repostas em dezembro, até o dia 23. Isso foi decidido na marra, sem consulta aos professores, aos profissionais do ensino e aos estudantes. Uma multidão é vitimada sem poder piar, são vassalos de um poder prepotente. Sou contrário aos grandes eventos que esculhambam a vida de suas comunidades. Aliás, sou radical: país de terceiro mundo não deveria nem ter o direito de se candidatar ou, se ganhasse o direito de realizar os Jogos, seria eliminado pelo não cumprimento das obrigações, caso da despoluição da orla marítima do Rio, promessa de índice não cumprido e uma pendência secular.
O Pezão, governador do Estado do Rio, cujo nome não sei, afirmou que as porradas  que o secretário municipal do Rio - Pedro Paulo - e candidato do atual prefeito para sucedê-lo deu na então esposa são fofocas. Não sei quais os critérios do governador para classificar porradas, mas, no caso, as porradas arrancaram um dente da ex-esposa. Talvez, para não ser fofoca, teria que arrancar dois ou mais dentes?
Na minha última Coletiva.net, passei a palavra a meu amigo Modesto Carvalhosa, o jurista paulista e publiquei o artigo dele no Estadão, o tradicional jornal de São Paulo dos Mesquitas. Alguns dos meus destinatários (são mais de duzentos) republicaram o artigo para os seus próprios mailings, e os leitores devem ter chegado a muitas centenas. Outros muitos leitores leram a coluna no próprio jornal digital de Porto Alegre, Coletiva.net.
Lula, o amoral, chamou o Dulcídio de imbecil por ter deixado gravar o telefonema que o incriminou e o levou a ver o sol nascer quadrado (quando há sol). Lula não chamou Dulcídio de imbecil  por tentar as tramoias que tentou, mas por se deixar gravar. As tramoias do Lula têm sido bem feitas, mas se ele escorregar, o Moro está de ouvidos bem abertos? Lula é aquele mesmo que, quando presidente, afirmou que a mãe nascera analfabeta. Não é um caso único, mas o então presidente fez questão de registrar.
Entre chorar por Mariana e Rio Doce, há que chorar também pelos milhões de novos desempregados e pelas vítimas dessas epidemias que andam deformando bebês e matando adultos. Nosso Ministério da Saúde está enfermo desde há muito. A assistência pública é lotérica, sempre tem alguns premiados. Poucos.
Vendo que não tinha condições para governar o país, Dilma resolveu tratar de si mesma: fez dieta, exercícios, pedalou na bicicleta e nas contas fiscais e sempre faz cara de que está tudo certo. Dilma é personagem de Voltaire em Candide, que sempre repetia que tudo está no melhor dos mundos. Desde que nasci, não havia vivido calamidade tão grande. Quando o Dulcídio foi preso, a mulher dele disse que foi culpa da filha da puta da Dilma.
Essa carimbada como filha da puta, face ao processo de impeachment aberto contra ela, reagiu de maneira infantil: "Não possuo conta no exterior. Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas". Será que nem contaram para ela que, ao dizer que não se chamava Eduardo Cunha, não estava sendo acusada de nada disso, mas das "pedaladas fiscais" de sua própria autoria? Aviso a que se diz "presidenta" que nem eu nem a maioria do povo brasileiro somos palhaços e, pois, que essa pessoa não tente tirar o seu picadeiro do Palácio do Planalto.
Alors, merde.
Inté.

Autor
Mario de Almeida é jornalista, publicitário e escritor.

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