A Volta da Censura na Imprensa

Semana passada tivemos um caso explícito de censura contra um jornalista e a nossa mídia hegemônica e mesmo a imprensa alternativa como o Coletiva.net, "esqueceu" o assunto. Trata-se do caso do jornalista Breno Altman, impedido de divulgar algumas de suas postagens no portal Opera Mundi por decisão de um juiz paulista.

Breno teria mentido ou produzido fake news?

Não. Pelo contrário, usando seus amplos conhecimentos históricos, ao analisar o que acontece hoje na Palestina, caracterizou a agressão de Israel em Gaza como um caso de genocídio intencional de Israel ao povo palestino e mostrou com dados históricos que o movimento sionista, que comanda o governo de Israel, é racista e colonialista desde suas origens no final do século XIX.

Tentando impor no Brasil o pensamento oficial de um outro país, no caso Israel, a Confederação Israelita do Brasil - CONIB - conseguiu obter na justiça paulista uma ordem provisória para impedir que o portal Opera Mundi continue divulgando alguns dos comentários de Breno Altman.

Já as matérias em favor de Israel e aquelas que tentam confundir o antissionismo com antissemitismo, abundam em toda a imprensa, particularmente nos veículos da RBS.

O que Breno Altman e outros jornalistas e historiadores divulgam pode ser comprovado pelos fatos.

Semitismo diz respeito originalmente a todos os povos de origem semita, que no passado envolviam judeus, árabes, caldeus, assírios e babilônicos, mas que hoje é usado quase que exclusivamente em relação aos judeus e não tem nenhuma conotação política.

Já o sionismo é um movimento iniciado pelo húngaro Theodor Herzl no final do século XIX e tem um forte conteúdo político e colonialista ao reivindicar para o povo judeu exclusivamente, a posse de uma terra habitada por outro povo, os árabes palestinos.

Pior, o sionismo reivindica essa conquista de terras de outro povo usando argumentos religiosos baseados num pretenso direito de um povo eleito.

Israel não nasceu em 1947 com a partilha da Palestina pela ONU, mas em 1917, quando Lord Balfour fez um acordo, em nome do Reino Unido, com o banqueiro Barão Rothschild para, em troca de financiamento do banco para a guerra contra os turcos, destinar parte das terras dos palestinos para colonos judeus, principalmente do leste europeu.

Colonos judeus pobres, principalmente da Ucrânia e da Rússia foram trazidos para a Palestina onde receberam terras compradas ou tomadas dos palestinos e começaram criar uma nova sociedade dentro de uma outra, que ocupava essa terra há centenas de anos.

Já o antissemitismo foi usado historicamente contra os judeus em vários momentos na Europa e de maneira extremamente trágica durante o nazismo.

E por que essa escolha dos judeus como vítimas?

Breno Altman também falou sobre isso e com uma visão histórica. Os judeus, ao contrário de outros povos da antiguidade europeia, eram nômades e não se dedicavam à agricultura. Como tinham um nível intelectual mais alto que os demais colonos puderam se dedicar ao comércio que exigia conhecimentos maiores da matemática e dos negócios. Logo uma parte deles enriqueceu e deu origem aos usurários e banqueiros, a partir da idade média. Em épocas de crise esse grupo se tornou alvo fácil dos que sentiam prejudicados materialmente por ele.

O que Breno Altman, que é de família judaica, disse são fatos comprovados historicamente e por isso foi punido sob o silêncio de praticamente toda a mídia.